7 de abril de 2020 17:270 – Nicole Fraga – Revista Apólice

EXCLUSIVO – Desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de pandemia devido ao novo coronavírus (covid-19), o mundo passa por um momento de muitas incertezas. Parte da população dos países que estão em quarentena se encontra sem renda e tem que redirecionar seus gastos para suprir as necessidades básicas.

Muitos trabalhadores precisam reinventar a forma de fazer negócios. Uma categoria que enfrenta este dilema é a dos corretores de seguros, afinal, muitos brasileiros que não possuem uma apólice para proteger-se de diversos riscos estão optando por não adquirir um seguro neste momento.

Mas o que o corretor e as seguradoras podem fazer para mudar este cenário? Esta é uma pergunta muito importante, pois mesmo em tempos de crise o mercado segurador precisa continuar se mostrando resiliente para conquistar cada vez mais clientes.

Fernando Grossi – Sompo
Segundo Fernando Grossi, diretor executivo Comercial e de Marketing da Sompo Seguros, a primeira dica importante para o corretor é que antes de sair ofertando os produtos, ele estude a sua carteira. “Observar eventuais oportunidades, atualizar a base de dados e avaliar o perfil de cada segurado para poder oferecer os produtos que podem atendê-los e que eles ainda não têm, pode fazer a diferença. Também pode ser o momento de estudar as ferramentas que estão à disposição e que ajudam a alcançar mais produtividade, otimizando recursos e trazendo mais assertividade e celeridade no atendimento”.

De acordo com o executivo, os seguros de vida individual e empresarial passaram a ser um produto interessante para ser ofertado, principalmente, considerando-se que a maioria das seguradoras deu parecer favorável às indenizações em caso de sinistros de morte provocados pelo coronavírus. Nesse momento, é importante o corretor se valer dos recursos disponíveis para prestar a consultoria a distância, utilizando e-mail, WhatsApp, aplicativos de teleconferência, entre outros.

Rivaldo Leite, da Porto Seguro

Na Porto Seguro, a companhia está orientando os parceiros a reorganizarem as atividades da sua corretora para o regime home office e reforçando a importância dos corretores entrarem em contato com a seguradora através dos canais de atendimento, telefones e e-mail. “Para minimizarmos os danos causados pela situação atual, movimentamos o nosso time para desenvolver um conjunto de ações que ainda serão lançadas para todos os nossos parceiros, auxiliando na sustentação de seu negócio e trazendo tranquilidade para enfrentarmos este momento”, afirma Rivaldo Leite, VP de Vendas e Marketing da seguradora.

Muitas empresas estão expandindo e crescendo, como os fabricantes de luvas, máscaras, tocas, álcool-gel, todas as linhas de higiene, fabricantes de motos, restaurantes tradicionais que adotaram entregas em domicílio, distribuidores dos fabricantes de ovos de páscoa entre outros.

Valmir Rodrigues, da Tokio Marine

Segundo Valmir Rodrigues, diretor executivo Comercial da Tokio Marine, essa é uma oportunidade para os corretores fecharem negócios. “O seguro é ferramenta essencial para garantir a continuidade desses negócios e das atividades dos pequenos empreendedores que fazem distribuição local, por exemplo. É tempo, portanto, de corretores e assessorias se reinventarem e exercitarem um olhar atento para o que podemos oferecer para esses segmentos. As possibilidades são muitas”.

Novos produtos surgem em meio ao coronavírus

Atentas às novas oportunidades de negócios, muitas seguradoras estão criando novos produtos para tentar preencher as lacunas existentes do mercado nessa pandemia.

Uma delas é a Argo. A empresa lançou recentemente o Home Office Protegido, um seguro exclusivo que visa proteger o patrimônio das empresas como notebooks, desktops, dock stations, monitores, impressoras, webcans, equipamentos de vídeo conferências e demais periféricos.

Esse lançamento cobre uma necessidade do setor, já que ao serem instalados nas casas dos colaboradores para trabalhos em regime de home office, todos esses equipamentos deixam de ter cobertura nas apólices do Seguro Empresarial, produto habitualmente contratado pelas empresas.

O seguro pode ser adquirido por períodos curtos e oferece cobertura contra roubo e/ou furto qualificado, danos de causa externa (incêndio, queda de raio, queda, dentre outras), danos elétricos e perda e/ou pagamento de aluguel. “Este produto foi lançado como uma forma de continuarmos a fechar negócios e atender aos clientes em meio à pandemia, além de ser mais uma opção para os corretores aumentarem sua carteira”, afirma Vanessa Oliveira, head de Consumer Lines da empresa.

Leia mais: Seguradoras começam adaptar apólices para auxiliar casos de covid-19

Outra seguradora que também lançou um novo produto neste período de quarentena é a Axa. A companhia passou a ofertar o Empresa Slim para PME, um seguro com limite de risco de até R$ 2 milhões, com a possibilidade de uma vigência menor (a partir de seis meses), parcelamento em até cinco vezes e contratação simplificada. No Empresa Flex, com maiores limites, e no Condomínio, a organização estendeu o parcelamento dos produtos para até seis vezes.

Igor Di Beo, da Axa

De acordo com Igor Di Beo, Diretor de Subscrição e Sinistros da empresa no Brasil, “a companhia entende que tem de contribuir para a manutenção do equilíbrio do ecossistema de seguros, incluindo todos os públicos: corretores, clientes, fornecedores etc. Isso é fundamental para o momento e para a retomada dos negócios”.

Para João Carlos Fontana, corretor e gerente comercial na corretora Fracel Seguros, “trabalhar para a manutenção da carteira de clientes, facilitando os pagamentos das apólices vigentes e esclarecendo a importância da atividade de seguros aos consumidores para a manutenção do patrimônio em um momento crítico, é importante para que o mercado se mantenha vivo”.