12/12/2016 / Fonte: Escola Nacional de Seguros
Criado pela Escola Nacional de Seguros em outubro de 2014 com o objetivo de desenvolver, estimular e divulgar o conhecimento científico no mercado de seguros, o Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES) chega ao final do ano com o sentimento de dever cumprido.
Em entrevista exclusiva ao boletim Acontece, o diretor do CPES, Claudio Contador, fez um balanço positivo de 2016, quando o Centro se consolidou como polo de excelência acadêmica em seguros, e antecipou alguns projetos que serão implantados em 2017. “Nesse ano, colhemos frutos e plantamos novas sementes”.
Como se desenvolveram os projetos de pesquisa do CPES neste ano?
Em 2016, consolidamos o que estava programado e superamos o que havíamos previsto. Avançamos muito com a pesquisa “Estatísticas da Dor e da Perda do Futuro: Novas Estimativas”, por meio da qual avaliamos o impacto econômico gerado pela morte ou invalidez decorrentes de acidentes de trânsito.
Os resultados foram expressivos e amplamente divulgados, em todas as cidades onde apresentamos o seminário sobre a Lei do Desmonte. Conseguimos provocar discussões sobre esse assunto que, por ser delicado, normalmente não tem muito espaço.
Nesse ano também desenvolvemos o estudo “Seguro e Resseguro: interdependência e causalidade pós-abertura”, e estamos com a pesquisa sobre Riscos e Retornos de Setores da Economia em andamento.
Iniciamos ainda um trabalho com um novo grupo de pesquisadores associados, desenvolvendo modelos para a indústria de seguros como um todo. Com o título “Modelagem Avançada no Mercado de Seguros”, o objetivo é criar uma abordagem inédita sobre os processos do setor. Montamos uma equipe muito qualificada que agregará valor à nossa interação com o mercado. Estimamos que o projeto esteja finalizado no início do ano que vem.
Uma outra atividade do Centro que vale destacar foi o nosso novo site (www.cpes.org), que já recebeu mais de 4.500 usuários únicos e registrou mais de 280 livros baixados. Também atualizamos o Portal Acidentologia, mantido em parceria com o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), que conta com estatísticas atualizadas sobre acidentes viários e impactos no mercado de seguros.
Para divulgar os resultados das pesquisas, o CPES promoveu uma intensa programação de debates em 2016. Quais foram os principais eventos?
Realizamos 11 eventos pelo Brasil, entre seminários e workshops, atingindo um público aproximado de 450 participantes. No Rio de Janeiro (RJ), em São Paulo (SP) e em Brasília (DF) debatemos temas como “Seguro e resseguro pós-abertura”, “Opções reais e garantias financeiras em planos de previdência” e “Meio ambiente e o Seguro”.
Também nos preocupamos em expandir o diálogo para outras regiões do Brasil, promovendo seminários em Porto Alegre (RS) e João Pessoa (PB), onde discutimos as aplicações em gestão de ativos e passivos (AssetLiability Management – ALM) para previdência complementar.
O CPES também participou, em junho, do Global InsuranceForum, em Singapura. Nesse evento, organizado pela InternationalInsuranceSociety (IIS), fui um dos palestrantes, tendo a oportunidade de mostrar um pouco do trabalho que estamos desenvolvendo.
O CPES também coordena a área de Publicações da Escola, que teve um ano com grandes novidades. O que pode ser apontado como destaque?
Durante muito tempo investimos no desenvolvimento de produtos para o mercado. Agora estamos colhendo os frutos. Um desses resultados é a série de livros “Textos Didáticos”, criada em setembro passado e que será utilizada como material de referência dos programas de ensino superior da Escola. Já publicamos três títulos e, no ano que vem, disponibilizaremos novas edições. As obras também estão disponíveis no formato e-book e podem ser adquiridas nas principais lojas de livros eletrônicos do País.
A área de Publicações produziu 18 novas obras ao longo de 2016. Além dos livros da nova série, foram lançados dois estudos sobre Seguros, duas publicações técnicas, cinco números da série Cadernos de Seguro – Teses, quatro edições da revista Cadernos de Seguro e duas edições da Revista Brasileira de Risco e Seguro, esta última uma publicação on-line. As pesquisas realizadas pelo corpo técnico do CPES também foram publicadas de forma digital em nosso site como série de “Textos de Pesquisas”.
Esse ano de tantas realizações foi fechado com chave de ouro, com o evento de comemoração pelos 35 anos de circulação ininterrupta da Cadernos de Seguro, principal revista técnico do setor. Comemoramos sim, mas também aproveitamos a data para refletir sobre as reestruturações necessárias e, em breve, o periódico deve passar por transições, sempre com o objetivo de melhorar o conteúdo e a interação com os leitores.
O CPES também desenvolve o Programa de Apoio à Pesquisa, que oferece auxílio financeiro a estudantes que estiverem elaborando teses ou pesquisas sobre o mercado de seguros. Como foi esse trabalho em 2016 e o que esperar para o próximo ano?
Em 2016, apoiamos oito alunos em instituições de ensino superior nacionais e quatro em internacionais, todos em fase final de suas teses. Os bolsistas são de instituições como PUC-Rio, UFRJ, COPPEAD, FGV-SP, Cass Business School e MIT Cambridge.
A ideia para o próximo ano é continuar trabalhando com os temas que estabelecemos como primordiais para o período 2016-2018, que são meio ambiente e catástrofes; e demografia, longevidade, tabuas de mortalidade e sobrevivência.
No início de 2017 começaremos a captar novos pesquisadores, pois percebemos que o Centro está atraindo a atenção de diferentes estados e, com isso, acreditamos que o processo ficará mais fácil. Os seminários sobre a Lei do Desmonte permitiram que ficássemos conhecidos em locais onde não tínhamos acesso.
Algumas universidades de alto nível do Nordeste já demonstraram interesse em firmar parceria e também estamos analisando uma proposta da Universidade de Viçosa, de Minas Gerais. Essa diversidade regional nos deixa muito satisfeitos, queremos divulgar iniciativas dessa natureza fora do eixo Rio-São Paulo. Estamos plantando sementes em várias regiões do Brasil.
Diante de tantos projetos realizados 2016, qual a expectativa em torno do próximo ano?
Nossos principais objetivos serão manter a excelência nos trabalhos, ampliar o número de textos de pesquisas e promover uma diversificada agenda de eventos. Pretendemos firmar novas parcerias com outros centros de pesquisas do País e do mundo, e atrair mais pesquisadores para a indústria de seguros.
Outra meta que estamos perseguindo é a ampliação das estatísticas do DataCPES, com novas séries e dados que sejam de interesse do mercado e da academia.
Temos ainda uma grande expectativa para 2017, que é a visita do coordenador do grupo de pesquisa da InternationalInsuranceSociety (IIS), o professor Jean Kwon. O IIS é formado por 25 centros de 12 países, e nós somos a única instituição latina a participar da equipe. Já temos uma sinergia com eles e a vinda de Kwon será muito importante para ampliar o relacionamento e desenvolver novas ideias.
Sabemos que podemos contribuir muito para o desenvolvimento da indústria mundial, pois, em alguns temas, o Brasil está muito avançado, como gestão de riscos, tábua de mortalidade e sobrevivência.