Presidentes de SindSegs participaram de live no Instagram. O novo coronavírus trouxe um cenário de incertezas a todos os setores da sociedade. Ao mercado de seguros, que é sinônimo de proteção, cabe ainda olhar para esse fenômeno mundial e tentar entender de que forma o segmento é afetado pela pandemia e quais os reflexos que isso trará para o seu futuro.

Para o presidente do Sindicato das Seguradoras do Rio Grande do Sul (SindSeg RS), Guilherme Bini, o setor vai sofrer menos com a pandemia. “Nossas empresas são fortes e possuem reservas, o mercado é muito grande e vai continuar fazendo a roda girar com os prestadores de serviços, corretores e parceiros”, defende Bini, que participou de live no @jrs.digital ao lado dos também presidentes dos SindSegs de Santa Catarina, Waldecyr Schilling, e do Paraná e Mato Grosso do Sul, Altevir Prado.

No primeiro trimestre de 2020, o seguro faturou na casa de R$ 17,7 bilhões, algo muito parecido com 2019. “Lembrando que já tivemos no começo de março o início do surto mundial de Covid-19, então já sentimos uma mudança nos hábitos de consumo por 20 dias e o mercado se manteve como no ano anterior”, avalia ao comentar que Automóvel e Ramos Elementares, na sua visão, não terão retração, enquanto que Vida e Saúde contarão ainda com alta procura.

O que vai precisar ser trabalhado daqui em diante é a oferta desses produtos. “Como os nossos parceiros levarão esses produtos para o público e também talvez mude a forma, será um pouco mais apertado a maneira de negociação, contando com medidas como a extensão de prazos de pagamentos sem juros e flexibilização da contratação. Ações que as seguradoras já estão adotando atualmente para atender os seus segurados”, afirma.

A crise é séria para todos e o mercado financeiro prevê recessão econômica em todos os setores. De acordo com o presidente do SindSeg PR/MS, Altevir Prado, é preciso avaliar os reflexos para o seguro pelo viés estrutural, entendendo quem são os seus consumidores. “Há uma grande parte dos nossos clientes que tem seu poder aquisitivo mantido, pois suas atividades não sofreram alterações. Claro que, numa situação assim, todos perdem, mas quem sai perdendo mais são, infelizmente, as pessoas com a renda um pouco menor”, explica.

E é justamente essa clientela que o seguro ainda não atingiu com eficácia, argumenta Prado, que também é doutor em economia. “Ainda não conseguimos chegar até eles, tentamos no passado com o produto popular que não conseguimos evoluir, mas de uma maneira geral, aqueles que mais vão perder com a crise, já não tínhamos uma tiragem muito grande”, argumenta. “Além disso, a situação traz uma insegurança a população e nós vendemos segurança, por isso não vislumbro um cenário tão negativo”, acrescenta.

O mercado de seguros contribui na ordem de 6,5% ao PIB nacional, tendo uma participação na economia extremamente importante. O presidente do SindSeg SC, Waldecyr Schilling, ressalta que o otimismo para que este ano atingisse grandes números também era muito grande. “No primeiro semestre ainda teremos resultados positivos muito em função do crescimento em 2019 e a partir da segunda metade do ano devemos sofrer um pouco com a pandemia, mas em menor escala em relação às outras atividades por força da nossa operação”, comenta.

O executivo ainda destaca que, mesmo diante de uma previsão otimista, é preciso ter atenção. “Dependemos de como vai progredir essa questão, aguardando como e se acontecerá o relaxamento do isolamento em São Paulo, que é o principal pólo econômico do país, e quais os reflexos disso na economia nacional”, relembra. “Qualquer prognóstico nesse momento é meramente especulativo, sabemos que nosso mercado terá sim uma retração, mas qual será a sua magnitude, nós só teremos como saber no futuro”, finaliza.


Fonte: JRS


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