EXCLUSIVO – Com mais pessoas preocupadas com a aposentadoria e planejamento financeiro, os planos de previdência privada continuam a crescer no Brasil. Segundo dados de um levantamento da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), o setor somou R$ 41,7 bilhões em prêmios no terceiro trimestre desse ano, uma alta de 18,8% sobre o mesmo período do ano anterior. Já nos nove primeiros meses de 2022 os valores superaram os R$ 115,6 bi, montante 15% maior do que em 2021.

Henrique Diniz

“É importante ressaltar que esse crescimento se deve ao fato de que os planos de previdência são indicados para várias necessidades e perfis, desde aqueles que buscam uma programação de longo prazo, para complementar aposentadoria ou para ajudar a transformar planos de médio e longo prazos em realidade, como quitar as prestações de um imóvel, construir uma reserva para a faculdade dos filhos, custear uma viagem ou até mesmo para necessidades visando o diferimento tributário na declaração do Imposto de Renda” afirma Henrique Diniz, diretor de Produtos de Previdência da Icatu.

Segundo o executivo, as modificações recentes da Legislação de Previdência também contribuíram para que o setor crescesse, permitindo, assim, que os fundos passassem a ser mais eficientes, com mais flexibilidade de alocação entre as diversas classes de ativos. “Desta forma, temos produtos mais competitivos, com qualidade e eficientes, tornando-se cada vez mais semelhantes aos fundos de investimento tradicionais, só que com todas as vantagens que a previdência traz, como o diferimento tributário, planejamento sucessório, sem pagamento de come-cotas etc”, diz Diniz.

Arnaldo Lima

Ainda de acordo com dados da Fenaprevi, houve R$ 30 bilhões em resgates, que vêm registrando menor crescimento e cujo resultado impacta positivamente a captação líquida dos planos. Para Arnaldo Lima, diretor executivo de Previdência da MAG Seguros, a situação atual da economia brasileira, que está se recuperando da pandemia, e o menor índice de desemprego ajudaram a reaquecer o setor, gerando menos retiradas dos ativos. “Entretanto, precisamos que os órgãos reguladores e o Governo criem regras que beneficiem os poupadores de longo prazo, o que pode impulsionar a adesão e criar ambiente de investimento extremamente benéfico ao Brasil”.

O levantamento ainda apontou que dentre os planos de previdência, o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) continua como o produto de maior volume de aportes entre os participantes brasileiros, com R$ 38,9 bilhões em prêmios e contribuições, e crescimento 19,8% acima do resultado apresentado em 2021. “A semelhança do VGBL com os Fundos de Investimentos é o fator de maior sucesso, somado ao fato de que ainda possui vantagem de não sofrer o ‘come-cotas’ típico dos Fundos, tornando o produto mais amigável para quem declara IR pelo modelo simplificado ou não possui vantagem tributária na contratação do PGBL”, diz Lima.

Claudio César Sanches

Claudio César Sanches, vice-presidente da Fenaprevi e presidente do Itaú Vida e Previdência, reforça que este é um ótimo momento para os corretores de seguros expandirem suas carteiras através da previdência privada. “Ninguém conhece melhor o cliente do que o corretor de seguros, pois são eles que sabem as necessidades do consumidor e podem oferecer uma proteção financeira completa. Contudo, é necessário que esses profissionais se capacitem para poderem ofertar o plano mais adequado à realidade de cada pessoa”.

Sobre as expectativas para 2023, Sanches afirma que o setor deve continuar crescendo na casa de dois dígitos, entre 15 e 20%, mas que os resultados da Previdência irão depender das decisões do Governo e dos cenários macroeconômicos. “Devido à maior conscientização dos brasileiros sobre a importância do planejamento financeiro, temos muitos motivos para comemorar e acreditar que no próximo ano o nosso mercado irá crescer cada vez mais. Além disso, teremos um crescimento natural da carteira com a própria Selic”.

Nicole Fraga
Revista Apólice