Notícias | 19 de janeiro de 2023 | Fonte: CQCS l Juliana Winge

A previdência privada é muito discutida quando se fala em aposentadoria. No entanto, este é um produto que pode ser usado de diferentes formas. Para o sócio e head de produtos e distribuição de previdência da XP, Rodrigo Saldanha, a previdência privada é para todo cliente e investidor em diferentes momentos da vida, com diferentes objetivos. “Pode usar a previdência da maneira mais tradicional que a gente conhece que é a própria aposentadoria mas não precisa se restringir a essa possibilidade. Pode usar para planejar os estudos de um menor, planejamento sucessório, para custear um gasto de saúde na aposentadoria”, sugeriu durante participação no evento onde investir, da Infomoney.

Mesmo com tantas possibilidades, a penetração do produto é de menos de 10% no Brasil. Para o diretor técnico de estudos da CNseg, Alexandre Leal Neto, além de este ser um produto relativamente recente no país – existe desde 1997 – ainda há muito desconhecimento da população em relação aos benefícios e aplicações. “Nós da confederação temos este papel importante de levar informação de qualidade para a população. Porém, tem outro fator que também impacta neste cenário que é a renda da população. É preciso que a pessoa tenha disponibilidade de recursos para deslocar do consumo atual para o consumo futuro”, afirmou. 

Dentre os benefícios que o produto tem, Saldanha destacou a possibilidade de construir um portfólio diversificado e resistente a oscilações, além de poder ir fazendo realocações entre os ativos sem pagar imposto. “O investidor de previdência hoje tem a capacidade de montar uma carteira que contemple diferentes perfis de investidor, diferentes cenários, diferentes geografias até. Você poder construir um portfólio de alocação em diferentes ativos, diferentes classes de ativos, vai fazer com que você passe por estes cenários absorvendo melhor os impactos negativos e capturando com muito mais eficiência os cenários positivos”, explicou. Além disso, Neto ressaltou que a questão tributária também pode ser usada a favor do investidor, com ele escolhendo entre as opções de PGBL e VGBL de acordo com o seu modelo de declaração de imposto de renda. “Eventualmente, hoje, você está deixando de pagar um imposto a 27,5% para talvez, daqui 10 anos, pagar 10%”, destacou.

Os especialistas ressaltam que este é um produto de investimento em longo prazo e, portanto, pode ser combinado com outras modalidades de seguro para a complementação da jornada e mitigação de riscos.