PREDIO DA COPEL

Bem Paraná – Da Redação | 21/11/2022 às 22:00

A Copel emitiu nesta segunda-feira (21) “fato relevante” ao mercado informado a intenção do governo Ratinho Júnior de vender ações da companhia. De acordo com o documento, o objetivo do Executivo paranaense é transformar a Copel em companhia de capital disperso sem acionista controlador, promovendo uma oferta pública ações ordinárias e certificados de depósito de ações. A intenção é reduzir a participação do Estado no capital social da empresa de 31% para 15% e a 10% da quantidade total de votos conferidos pelas ações com direito a voto da companhia. A estimativa do Estado é arrecadar R$ 3 bilhões para investimentos com a operação.

Um projeto com a proposta foi enviado ontem mesmo à Assembleia Legislativa, com pedido de votação em regime de urgência. Segundo o governo, “a operação objetiva a captação de recursos financeiros para suprir necessidades de investimento do Estado do Paraná, bem como a valorização de suas ações remanescentes detidas na Copel, valorização essa que deverá derivar da potencial geração de valor aos acionistas, inclusive em virtude de eventual capitalização da Companhia e aceleração de seu plano de negócios”.

Com a mudança, o estatuto da companhia passaria a prever que nenhum acionista ou grupo de acionistas poderá exercer votos em número superior a 10% da quantidade total de votos conferidos pelas ações com direito a voto em cada deliberação da assembleia geral.

No documento, diretor de Finanças e de Relações com Investidores da Copel, Adriano Rudek de Moura, aponta que “a Companhia ressalta que a proposta acima de transformação da Copel em uma companhia de capital disperso e sem acionista controlador depende de determinadas autorizações legais que serão avaliadas”.

Repercussão

A proposta repercutiu na sessão de ontem da Assembleia. Deputados de oposição criticaram a iniciativa. “ A conta de luz ficará mais cara para a indústria, para o agro, para as famílias paranaenses e, na sequência, os investimentos irão diminuir”, previu o deputado Requião Filho (PT).

O líder da bancada de oposição, Arilson Chiorato (PT), disse que o grupo vai recorrer ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado para barrar a operação. “A distribuição de lucro da Copel saltou de R$ 421 milhões para R$ 3,1 bilhões no ano passado”, lembrou.

O líder do governo na Casa, Marcel Micheletto (PSD), rebateu. “A Copel não está sendo vendida, privatizada. Privatizar é entregar ela toda para um novo proprietário. Estamos vendendo algumas ações. Porque nós temos concessão da usina de Foz de Areia, no ano que vem se encerra. O governo do Estado continuará sendo o maior acionaista, e tendo poder de veto”, disse.