FenaSaúde > Notícias > 06 de Outubro de 2017
Encerrou, hoje, dia 06, o 3º Fórum da Saúde Suplementar, realizado pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde). O evento contou com 35 palestrantes e debatedores nacionais, quatro internacionais e mais de 700 pessoas inscritas, além da participação de mais de 1 mil pessoas que assistiram à transmissão ao vivo pela internet.
No encerramento, a presidente da FenaSaúde, Solange Beatriz Palheiro Mendes, ressaltou a necessidade urgente de criar legislação antifraude no país para punir os desvios e comportamentos oportunistas, responsabilizar os profissionais de saúde pelas atitudes fraudulentas e abusivas e identificar os agentes públicos dispostos a agir em conjunto para reduzir o problema de fraudes. Além disso, investir em centros de investigação. “Acredito que todas as entidades precisam amplificar o compartilhamento de informações entre os entes públicos e privados”, explicou.
A presidente da FenaSaúde, Solange Beatriz Palheiro Mendes
“Estamos caminhando, os processos não se esgotam, mas é importante estar sempre aperfeiçoando os modelos. Em relação às agências reguladoras, é necessário dar publicidade e divulgação aos critérios de fiscalização e controle para que haja um aprimoramento do setor.  Porém, é urgente a mudança do modelo de remuneração. O fee for service foi amplamente ressaltado neste fórum como um sistema que favorece o desperdício. Temos que agir rápido neste ponto. Outra mudança importante é a incorporação do médico de família, da segunda opinião médica e a flexibilização dos modelos de contratação de planos para as empresas”, reforçou a presidente da FenaSaúde. “A sociedade exige melhores tomadas de decisão com o olhar no beneficiário”, finalizou Solange.
SUS e Saúde Suplementar
A palestra de abertura do segundo dia de evento, contou com a participação do secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Francisco de Assis Figueiredo, que apresentou como é “O sistema nacional de saúde brasileiro”. Os grandes problemas apontados pelo secretário são, muitas vezes, os mesmos do setor de saúde suplementar, como a judicialização e as fraudes.
“A judicialização cresce em números exponenciais. Qualquer situação fora do que estava previsto tira verba de outro programa. Estimamos um extra de R$ 7 bilhões em custos de processos este ano. Estamos investigando as solicitações que chegam da Justiça e encontramos diversas fraudes, principalmente na compra de medicamentos de alto valor. Em um único esquema investigado, a fraude chegava a R$ 40 milhões. O mesmo acontece na saúde suplementar. Há necessidade de unificação do sistema para confrontar todas as informações de ações judiciais para evitar fraudes”, afirmou Figueiredo que propôs uma conversa mais aberta e frequente dos setores público e privado para a busca de soluções em conjunto. “Todos enxergam a necessidade de mudança, tanto na saúde suplementar quando no SUS. É um desafio, mas é preciso repensar o que está sendo feito. Precisamos pensar diferente para construímos soluções para a saúde em conjunto”, concluiu o secretário.