DCI – Publicado em 20/08/18 às 05:00
A alta competição no mercado segurador, com preços mais baixos e produtos personalizados e digitais têm impulsionado a demanda de micro e pequenos negócios por produtos empresariais. Só no primeiro semestre, a busca dessas companhias subiu 15%.
A procura por apólices empresariais tem mostrado crescimento como um todo. Os últimos dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), mostram que os prêmios diretos do compreensivo empresarial subiu 14,4% em junho ante igual mês de 2017, de R$ 179,4 milhões para R$ 205,2 milhões.
Para o diretor de linhas comerciais da Sompo Seguros, João Carlos França de Mendonça, o crescimento nas carteiras corporativas acontece, não apenas pela maior conscientização dos empresários em relação ao seguro, como também pela maior competitividade no mercado.
“A procura tem aumentado bastante e o que limita um pouco do crescimento do prêmio é a concorrência, que traz os preços para baixo. Mas, em níveis gerais, a busca das MPEs [Micro e Pequenas Empresas] avançou 15% no primeiro semestre. É bastante satisfatório”, afirma.
Outro forte apelo das apólices empresariais para os pequenos negócios, segundo os especialistas, é que grande parte do capital desses empreendedores está concentrado na empresa deles o que, em caso de acidentes ou imprevistos, poderia fazê-lo encerrar as atividades.
Nessa linha, de acordo com o diretor financeiro da LTSeg, Caio Timbó, ainda que as projeções em torno da atividade econômica ainda sejam pequenas para este ano, a percepção de risco de negócio dos segurados tem aumentado e, principalmente nesses casos, o seguro deixa de ser completamente cancelado no corte de custos para ter o preço readequado ao caixa da empresa.
“A maior parte dos clientes já começa a ter uma percepção de risco mais amadurecida e, mesmo que o corte de gastos seja necessário, o cancelamento é evitado e se priorizam coberturas mais simples ou conservadoras, a fim de que o preço também fique menor”, explica o executivo da LTSeg.
“Ao mesmo tempo, porém, em cenários de incerteza e insegurança, o seguro também se destaca como um pilar de força”, acrescenta a superintendente executiva de produtos massificados e especiais do Grupo Banco do Brasil e Mapfre, Patricia Siequeroli.
Ela pondera que, assim, nos próximos meses – de eleição presidencial no Brasil e recuperação da atividade econômica mais lenta do que o esperado –, o seguro deve continuar se destacando no mercado.
“Olhamos o futuro com bastante otimismo, principalmente entre MPEs que correspondem a 80% da atuação principal da seguradora. Temos uma base estável de renovação em um produto cada vez mais atraente em questão de preços e benefícios”, completa.
Avanços tecnológicos
Na mesma linha, os executivos entrevistados pelo DCI reforçam a adequação tecnológica pela qual o mercado segurador tem passado como uma das principais vertentes impulsionadoras dos produtos.Segundo Timbó, há um movimento “muito grande de todos os players” em relação às apólices de pequeno porte.
“A atualização tecnológica está chegando no setor e isso deve colaborar muito para a venda do seguro empresarial na ponta, de forma mais simples e rápida”, afirma ele.
“Mesmo que o segmento ainda seja muito retrógrado, o processo de desburocratização do seguro deve aumentar a capilaridade nos próximos meses”, complementa Timbó.