N.F. Revista Apólice

O mercado segurador está em constante desenvolvimento, crescimento e democratização da proteção em todo o território nacional, na busca de potencializar a carreira do corretor, fortalecer o mercado de seguros brasileiro e elevar a consciência da população sobre a importância da proteção do seguro. O ano de 2023 tende a ser desafiador devido às circunstâncias internacionais como a guerra e inflação mundial, além da queda no poder de compra da população brasileira, endividamento e incertezas políticas, mas que oferece, em uma contrapartida, contextos de crescimento, em decorrência da observação e adaptação da iniciativa privada.

De acordo com Diogo Arndt Silva, cofundador, economista e presidente do Conselho de Administração da Rede Lojacorr, há um cenário de vuca mundial (vuca = volatilidade, incertezas, complexidade e ambiguidade) na indústria do seguro. Segundo ele, a inflação gerada pelo aumento da oferta monetária, pelo desequilíbrio nas cadeias logísticas, a redução da oferta de gás e energia em função da pandemia e da guerra na Ucrânia, nos mercados brasileiro, norte-americano, europeu e latino atinge diretamente o fluxo de capitais. Para combater a inflação, os bancos centrais do mundo todo elevam as taxas de juros, desestimulando os investimentos, o que impacta muito as economias em desenvolvimento, como o Brasil. Com este cenário, no mercado de seguros, os investidores ficam avessos ao risco, tendendo a investir em países mais estáveis. “No Brasil, essa falta de liquidez afeta diretamente o segmento de resseguros, além do aumento de sinistralidade em função da pandemia e das fortes estiagens que atingiram o Brasil em 2021 e 2022. Por consequência, o mercado compra menos risco e isso deve ser observado ainda em 2023 e 2024. Desta forma, fica mais restrita a aceitação de alguns riscos mais complexos”, afirma.

Confira algumas tendências para o próximo ano:

Gestão e atendimento

Uma das tendências é a capacidade de tornar a jornada do cliente mais rica e ampliar a sua percepção sobre o valor da marca. Com isso, os empreendedores de todos os setores trabalharão o cliente como o centro do negócios, sendo a alma da operação. Por isso, haverá uma busca de seu encantamento constante como tarefa diária e um planejamento contínuo das atividades. Dirceu Tiegs, CEO da Lojacorr, também defende que a receita de sucesso é o atendimento ao cliente. “Muito mais que exercer as suas atividades, o corretor precisa avaliar o mercado e usar de soluções que favorecem a sua rotina para que ele consiga empreender com sucesso e ultrapassar as adversidades externas”.

Criação de comunidades e rede de parcerias

Outra tendência está em estreitar relações. Um estudo da Adobe explicita que três quartos dos executivos do mundo dizem que se tornou mais difícil estabelecer uma relação de confiança desde a pandemia, o que gera um ponto de atenção em relação a uma ligação mais próxima com a comunidade. Isso intensifica a necessidade para 2023 de estimular as relações humanas para ampliar a conectividade das marcas com a cultura, a comunidade ou seus consumidores. O head de Distribuição da Lojacorr, Paolo Bonazzi, explica que será necessária a utilização efetiva de negócios compartilhados, em que o corretor conta com especialistas para auxiliá-lo a fechar negócios e proteger os clientes, independente da sua especialidade. ‘Em todas as economias, esta tem sido uma tendência e uma oportunidade de fortalecer as operações e superar as adversidades. Acredito que em 2023, o sentimento de comunidade e as relações de parcerias estarão ainda mais presentes’, esclarece.

Tecnologia, comunicação e Redes Sociais

Sabemos que a tecnologia já está dominando todos os setores. No mercado segurador não é diferente. Além de inovar, também traz uma melhor experiência para os clientes, mais flexibilidade e, principalmente, conecta seguradoras e corretores com públicos estratégicos. É o que acredita Patricia Chacon, CEO da Liberty Seguros. “Será necessário atuar com criatividade e responsabilidade. Acreditamos que fatores como gestão de dados e cibersegurança também serão cada vez mais essenciais para tornar esse processo confiável e sustentável para todos os públicos. É necessário engajarmos essa transformação digital em todos os nossos pontos de contato. Para 2023, queremos continuar priorizando a inovação”, defende.

Além das ferramentas de tecnologia a comunicação mais rápida e prática é uma tendência, principalmente entre jovens consumidores. Mensagens de texto por WhatsApp, SMS ou outro serviço substituem cada vez mais os emails, inclusive em processos de vendas, acordos e avisos. E por isso, também o uso das redes sociais entra nessa estratégia e é importante que as corretoras busquem maneiras de digitalizar a atuação das suas operações.

Custo benefício

Além da customização, vemos as pessoas procurarem por produtos que tenham um melhor custo benefício. A Liberty Seguros também seguirá essa tendência: “os clientes estão em busca de pagar um valor justo, com condições acessíveis para seu momento financeiro, e que ofereça uma cobertura adequada para o que busca, valorizando também aqueles que oferecem benefícios que vão além do produto contratado, compreendendo que o dinheiro investido está sendo bem aproveitado”, defende Patricia Chacon.

Produtos

De acordo com Julio Ferreira da Ferreira & Associados Corretora de Seguros Ltda, parceira da Rede Lojacorr, produtos tradicionais como Residencial e Automóvel, além dos Empresariais para pequenas e médias empresas, devem crescer mesmo com o aumento nas taxas praticadas pelas seguradoras. “Os corretores devem ficar atentos também aos produtos de vida, saúde e previdência. As pessoas estão cada vez mais sensíveis e inseguras, fenômeno mundial”, explica.

Segurança digital e Plataformas na nuvem

Não apenas a comercialização e atendimento figital continuarão sendo uma tendência para 2023 e configuram oportunidades de negócios, mas também o armazenamento de dados e segurança digital. A Dra. Télia Oliveira Alves, head Jurídico e DPO da Rede Lojacorr, relata que em decorrência ao crescimento das atividades de forma virtual, aumentou a quantidade de dados pessoais disponíveis na internet (nas redes sociais ou provenientes de vazamentos de ataques às bases de dados de aplicativos, empresas, entre outros), o que por sua vez, ampliou o risco de nos tornarmos vítimas de golpes virtuais cada vez mais elaborados e persuasivos. Diante disso, é importante implementar algumas medidas de segurança para evitar esses golpes, como por exemplo: consultar a avaliação das lojas online, criar senhas fortes e não repetir a mesma senha em diferentes contas/sites, habilitar a verificação em duas etapas do WhatsApp entre outras.

Flexibilização e personalização

Para este ano, o foco também está em tornar a experiência personalizada para que os clientes tenham soluções sob medida para suas necessidades. Diversas empresas já vêm olhando para a diferença de consumo das gerações e das necessidades de cada público, e o mercado segurador não é diferente. Por isso que a comunicação entre empresa e cliente deverá ser cada vez mais assertiva. A Liberty Seguros, por exemplo, já aposta nisso. Segundo Patricia Chacon, a personalização é chave. “As pessoas optam por produtos e serviços que sejam feitos para elas, particulares para cada perfil de consumidor e adaptados para suas preferências, necessidades e momentos de vida”, explica.

Papel do corretor

Ainda segundo Julio Ferreira, os corretores também são a chave da tendência do próximo ano. “Corretores preparados, atualizados com as soluções tecnológicas, que estejam dispostos a compartilhar oportunidades com colegas com o mesmo perfil, que se especializem em determinado produto sem deixar de entregar uma boa consultoria aos seus clientes, terão sucesso mais rápido”, relata. O foco, de acordo com ele, é acreditar na cultura do compartilhar, na capacitação constante, no olhar empreendedor, na modernização da gestão de sua empresa e, principalmente, na busca por inovação. “É não ter medo de conhecer as plataformas, hubs e startups que trazem soluções facilitando a vida do corretor na administração de seus processos”, finaliza.

Empresas conscientes (ESG)

Segundo pesquisa da Gartner, os executivos da atualidade relataram que as mudanças ambientais e sociais estão entre as principais prioridades para os investidores, depois de lucro e receita, o que tende a receber investimentos em soluções inovadoras projetadas para atender à demanda ESG. No mercado segurador, por exemplo, a MetLife seguradora pretende estruturar uma forte agenda ESG. De acordo com Breno Gomes, presidente da MetLife, a companhia continuará a reforçar o compromisso com um crescimento sustentável, alicerçado em metas e ações a serem cumpridas até 2030 com o intuito de contribuir para: saúde e bem-estar, igualdade de gênero, trabalho decente e crescimento econômico, redução das desigualdades e ações contra a mudança global do clima. Assim como para Anderson Léo Sabadin, presidente da Primato Cooperativa Agroindustrial, composta também pela Primato Corretora de Seguros de Toledo (Região Oeste do Paraná – Unidade Sudoeste da Lojacorr), o “ESG já é uma prática rotineira nos negócios, que visa a sustentabilidade, preservação, produção de energia, água e reflorestamento. O produtor entende e pratica dessa forma e o consumidor cada vez mais tem consciência da rastreabilidade do que consome”, acrescenta.