EXCLUSIVO – Uma empresa focada em combater a solidão cotidiana. Algumas pessoas buscam uma companhia para conversar ou mesmo fazer compras. A ideia da Rhanii, uma startup criada por brasileiros quer conectar pessoas que procuram apoio em suas atividades diárias. Kelli Cristina Barbosa Nunes trabalhou por 23 anos no mercado de seguros e chegou um momento de mudança. Como não tinha um objetivo definido, decidiu fazer uma imersão no Vale do Silício, nos Estados Unidos, para se atualizar sobre as novidades e, quem sabe, encontrar um novo rumo.
A ideia da Rhanii é cadastrar (e conectar) pessoas que queiram oferecer presença seja por atividade ou mesmo algumas horas. O tema da solidão tem despertado tanta atenção que já existem estudos mostrando que pessoas com mais de 50 anos experimentam ou já experimentaram o sentimento da solidão. “Com o aumento da longevidade e mudanças nas estruturas familiares e sociais, muitos encontram-se sem suporte e companhia necessários para uma vida plena e feliz”, diz Kelli.
Quando decidiu fazer imersão no Vale do Silício, Kelli não desconfiava que voltaria com sócios e uma empresa aberta e o propósito de reduzir a solidão de pessoas com mais de 50 anos. Durante o período de uma semana em uma empresa no Vale do Silício, ela conta que os participantes tiveram de apresentar uma ideia, criar uma startup e um “pitch“ para investidores reais. “Estávamos fazendo como se fosse uma apresentação de final de curso, mas no dia de apresentar aos investidores percebemos que era real”, relembra.
Alegria e amizade
A solidão é um problema significativo para pessoas a partir dos 50 anos. Kelli conta que vivencia isso com o pai que, agora viúvo, sente falta de compartilhar coisas simples, como ter uma companhia para ir ao mercado, por exemplo.
Durante a imersão em uma conversa com seus colegas – e agora sócios – Douglas Gayo, Breno Barcellos, Renata Costa e Bruno Fracaro surgiu o assunto que seria o tema da nova empresa. “Descobrimos que cada um de nós tinha pessoas próximas enfrentando a solidão. Foi então que tivemos a ideia de criar a Rhanii que, em grego, significa ‘alegria e amizade’, para acabar com a solidão do mundo”, conta.
A partir desse dia decidiram trabalhar em cima do tema e criaram business plan, discurso, tudo o que era necessário como projeto final. No dia da apresentação, investidores reais estavam presentes e acompanharam o pitch do grupo. “Nossa equipe foi a vencedora e o investidor de fato se interessou e nos desafiou a colocar o projeto em ação”, revela.
De volta ao Brasil, Kelli decidiu contatar os colegas de imersão para tirar o projeto do papel. Os cinco sócios são de cidades e áreas de atuação diferentes e só se reúnem virtualmente. “A Rhanii nasceu para oferecer cuidado e companhia com apoio personalizado, que vai desde a companhia para atividades diárias até suporte em consultas, viagens ou companhia para uma conversa descontraída”.
Como ser um rhanii
Kelli explica que a plataforma funciona como uma comunidade conectando pessoas e a expectativa é também ajudar o mercado segurador, pois a plataforma pode contribuir com a qualidade de vida das pessoas. “Com mais qualidade de vida, menos problema de saúde, por exemplo. Podemos ajudar as companhias a reduzir o risco e, dessa forma, elas podem reduzir o valor do prêmio e isso ajuda a sociedade como um todo”, pondera.
Como os aplicativos de transporte, a plataforma Rhanii vai cadastrar pessoas capacitadas e interessadas em proporcionar não apenas cuidados, mas também um relacionamento baseado na confiança, segurança e na empatia. “Não somos uma plataforma de serviços de cuidadores, por exemplo, vamos criar laços entre as pessoas com segurança, conforto, alegria e amizade”, sintetiza.
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