Revista Cobertura – 13/11/2025
Inteligência artificial aplicada à gestão de sinistralidade pode reduzir em até 10% os custos dos planos de saúde, segundo análise baseada em dados da ANS.
A Alper Seguros, uma das maiores consultorias de seguros e saúde corporativa do país, está expandindo o uso de Inteligência Artificial (IA) na gestão de saúde suplementar e projeta uma economia potencial de até R$ 1,5 milhão em custos evitados apenas com a análise automatizada de senhas médicas, um avanço que reforça o papel da tecnologia na sustentabilidade do sistema.
O movimento da Alper busca resolver o grande paradoxo do setor: a necessidade de controlar custos sem abrir mão do cuidado mais humanizado, demandado e merecido pelos colaboradores. A tese da companhia é clara: a tecnologia deve ser usada para gerar eficiência operacional e liberar os especialistas para a análise estratégica e o olhar humano, algo que a máquina não pode substituir.
Em um projeto-piloto voltado para o controle de senhas em ortopedia, a companhia identificou que cerca de 24% dos pedidos avaliados não correspondiam à conduta mais adequada, reduzindo os custos em mais de 154 mil reais em um único ciclo de análise, aplicado sobre uma amostra representativa de 175 mil empresas-clientes. A extrapolação dos resultados indica que a ampliação do modelo para toda a carteira tem potencial de reduzir em até 10% a sinistralidade total dos planos de saúde corporativos, com base em estimativas da ANS.
“A tecnologia deve retirar dos profissionais o trabalho puramente operacional para que eles possam se concentrar no que realmente agrega valor. Queremos unir a tecnologia aos recursos humanos, não os substituir”, afirma André Martins, VP da Alper Seguros. A empresa garante que, para evitar erros ou as chamadas “alucinações” da IA, um profissional altamente habilitado sempre verifica os resultados das análises, assegurando a efetividade e veracidade do diagnóstico.
As internações hospitalares respondem por 40% a 50% da sinistralidade dos planos de saúde, e os procedimentos ortopédicos representam cerca de 30% desse total, segundo análise com base nos dados da ANS. A iniciativa da Alper que combina análise preditiva e revisão técnica humana, busca tornar esse processo mais assertivo, reduzindo autorizações desnecessárias e liberando os profissionais para focar em acompanhamento clínico e prevenção.
“A Alper já opera pilotos com parceiros de inteligência artificial, validando modelos antes de expandi-los aos clientes. A estratégia faz parte de uma transformação contínua que envolve definição de indicadores, clareza sobre ROI e equilíbrio entre tecnologia, eficiência e cuidado humano. O resultado mais evidente é a redução de desperdícios nas sinistralidades, o que contribui para a diminuição de custos e para a contenção dos reajustes em planos de saúde.” afirma Claudio Tafla, Superintendente de Gestão de Saúde da Alper.
Para alcançar esses resultados, a companhia incorporou a IA ao seu planejamento estratégico, avaliando de forma criteriosa em quais etapas do processo a tecnologia pode gerar vantagens reais.
Outras abordagens da IA na saúde corporativa
Para as empresas clientes, o resultado mais perceptível da digitalização é a diminuição de desperdícios na sinistralidade, o que acarreta uma redução de custos e de reajustes nos planos de saúde. Já para o colaborador na ponta, a tecnologia se traduz em acessos e retornos mais ágeis e padronizados, baseados em uma maior quantidade de dados e evidências científicas, além do cuidado primário e contínuo.
Com um histórico de inovação — seu aplicativo de saúde digital, o Dr. Alper, foi lançado em 2020, antes da pandemia —, a companhia enxerga um futuro onde a saúde estará nas mãos dos usuários. “Nosso modelo hospitalocêntrico mudará para um modelo virtual e acessível. Tecnologias farão as triagens e indicarão as melhores soluções, uma transformação que já está em curso na Alper”, reforça Paula Gallo, Diretora de gestão de Saúde e Riscos da Alper.
FONTE: Loures Consultoria

