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Setor de seguros arrecada menos até agosto, mas vida e capitalização seguem em alta

As reservas constituídas pelas companhias para garantir o pagamento futuro de compromissos – alcançou R$ 1,98 trilhão, o equivalente a 15,98% do PIB brasileiro.
Sonho Seguro – 13/10/2025 16:02 – por Denise Bueno

 

A arrecadação do mercado supervisionado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) recuou no acumulado de janeiro a agosto de 2025, refletindo a desaceleração dos produtos de acumulação — especialmente o VGBL. Segundo o boletim mensal da autarquia, o setor somou R$ 279,9 bilhões em receitas, uma queda nominal de 2,8% frente ao mesmo período do ano passado e retração real de 7,6%.

O resultado foi fortemente influenciado pelo desempenho negativo dos planos de previdência. As contribuições aos produtos de acumulação (VGBL, PGBL e previdência tradicional) totalizaram R$ 111,7 bilhões, o que representa redução nominal de 15% e queda real de 19,1% em relação a 2024. O VGBL, principal produto da categoria, encolheu 15,9% nominalmente e 19,9% em termos reais, acumulando R$ 102 bilhões no período.

Por outro lado, os resgates e benefícios pagos a participantes aumentaram, somando R$ 104,6 bilhões no ano, alta nominal de 13,7%. A diferença entre contribuições e resgates resultou em uma contribuição líquida positiva de apenas R$ 7,1 bilhões, o que indica que muitos investidores estão utilizando seus planos para complementar renda ou enfrentar despesas emergenciais.

As indenizações, resgates, benefícios e sorteios pagos pelo setor somaram R$ 175,7 bilhões até agosto, alta de 9% sobre 2024, sinalizando aumento da devolução de recursos à sociedade. O estoque de provisões técnicas – reservas constituídas pelas companhias para garantir o pagamento futuro de compromissos – alcançou R$ 1,98 trilhão, o equivalente a 15,98% do PIB brasileiro.

Seguros resistem à queda

O segmento de seguros de danos e pessoas (excluindo VGBL) manteve trajetória de crescimento, com arrecadação de R$ 145,5 bilhões, alta nominal de 7,1% e real de 1,8% sobre 2024. Dentro desse grupo, os seguros de danos geraram R$ 95 bilhões em prêmios (+6,4% nominais), com o auto ainda dominando o portfólio — 42% do total, avanço de 5,4% nominais.

Outros ramos tiveram desempenho acima da média, como os seguros financeiros (+16,3%), compreensivos (+12,7%)e habitacionais (+12,4%). Já o seguro rural apresentou forte retração, de 6,7% nominais e 11,3% reais, refletindo a menor demanda após o pico de contratações registrado em 2024.

Nos seguros de pessoas, a arrecadação somou R$ 50,4 bilhões, aumento nominal de 8,4% e real de 3%. O seguro de vida segue sendo o carro-chefe do segmento, com R$ 24,8 bilhões em prêmios e crescimento de 11,6% nominais. Também avançaram o seguro prestamista (+5,2%) e o de acidentes pessoais (+3%), embora este último tenha recuado em termos reais.

O segmento de capitalização foi o que mais cresceu no ano, com receitas de R$ 22,7 bilhões, alta nominal de 9,7% e real de 4,3%. O produto tradicional representou 72% do total, seguido por filantropia premiável (13%) e instrumento de garantia (11%).

Os resgates e sorteios atingiram R$ 18,1 bilhões de janeiro a agosto, alta nominal de 4,4%, mostrando que o produto segue relevante tanto como instrumento de poupança quanto de premiação.