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Sindseg PR/MS participa do Conseguro 2025

Assessoria de imprensa, com informações da Revista Apólice

O presidente do Sindseg PR/MS Guilherme Bini e o diretor executivo do sindicato Ramiro Dias participaram do Conseguro 2025, o principal encontro de negócios, conteúdo e relacionamento do setor, promovido pela CNseg, que aconteceu no World Trade Center, em São Paulo, na última terça-feira (27/05).

Na avaliação do presidente do sindicato, o Conseguro é um evento de grande relevância para o mercado e teve algumas palestras bastante reveladoras, como a do americano David Roberts, que falou na abertura do evento sobre os reflexos da transformação tecnológica no futuro do mercado.

“O Conseguro é uma pausa de um dia que nós do mercado segurador fazemos para pensar, refletir e escutar muito podendo levar para os nossos estados e para a nossa região sindical toda essa bagagem de informações e perspectivas acumuladas aqui. Paraná e Mato Grosso do Sul são dois estados com significativa importância para o setor e nós precisamos estar antenados nos desafios que se apresentam às companhias para poder ajudar a antecipar soluções”.

“A estabilidade das empresas é uma ilusão”

Na palestra de abertura do Conseguro David Roberts fez projeções inquietantes mostrando a volatilidade das empresas e principalmente do mercado segurador, especialmente no contexto de transformações tecnológicas. Hoje, 89,6% das empresas que compunham a lista da Fortune 500 em 1955 já não estão mais lá. Metade das empresas do S&P 500 deve desaparecer nos próximos dez anos. Em 1920, uma empresa durava, em média, 67 anos. Hoje, sobrevive apenas 15.

Mas a ameaça não se limita às empresas: atinge indústrias inteiras. E, segundo o especialista, poucas estão tão ameaçadas quanto a de seguros. Exibindo um gráfico dividido entre viabilidade, durabilidade, volatilidade e vulnerabilidade, Roberts apontou: “Estamos no pior dos quadrantes — o da volatilidade com a vulnerabilidade”. E completou: “Estamos na indústria mais vulnerável, no país mais vulnerável do mundo”.

É uma visão alarmante, mas que ganha contornos ainda mais dramáticos quando se considera o ritmo das mudanças. A curva de transformação tecnológica já não é linear, é exponencial — o que significa que as mudanças estão acelerando de forma que a mente humana mal consegue acompanhar.

Roberts trouxe à tona um desfile de tecnologias que parecem saídas de um roteiro de ficção científica e que estão em desenvolvimento avançado: robôs com corpos humanoides capazes de substituir atividades arriscadas e operar sem descanso; vacinas contra o câncer de pulmão sendo testadas em sete países; edição de DNA com a mesma facilidade com que hoje editamos um texto no Word.

E há mais: a inteligência artificial avança em velocidade impressionante. O ChatGPT-4.5, afirmou ele, já supera o desempenho de pessoas com doutorado em algumas tarefas. Em breve, as IAs farão descobertas científicas por conta própria. E se hoje conseguimos aumentar a longevidade, amanhã talvez possamos interromper o envelhecimento. Já há experimentos bem-sucedidos com ratos.

Dados confiáveis

O painel “Tecnologia & Inovação para Diversificação de Produtos e Acesso ao Mercado”, mediado por Nuno Vieira, Sócio de Serviços Financeiros na EY, debateu como as novas tecnologias têm potencializado o desenvolvimento de produtos e serviços inovadores no setor segurador. No entanto, também evidenciou os riscos associados ao avanço tecnológico, como o aumento das fraudes digitais e a necessidade urgente de regulamentar o uso da inteligência artificial (IA).

Eduardo Juliano, Superintendente de produtos de seguros da Núclea, ressaltou que o mercado depende fortemente de dados confiáveis e estruturados para operar de maneira eficiente e segura. “Um mercado como o nosso não pode se dar ao luxo de trabalhar com dados frágeis. A base de dados é o alicerce para a precificação, análise de risco e combate a fraudes”, afirmou.

A IA, por sua vez, foi apontada como ferramenta essencial para extrair valor desses dados, mas com ressalvas. “A inteligência artificial vai transformar a forma como trabalhamos as informações, otimizando a visão preditiva. No entanto, quando lidamos com dados sensíveis, como os de saúde, o cuidado deve ser redobrado”, alertou Iagê Miola, diretor da ANPD.

Regulação

No painel “Diálogo Regulatório: Visão Estratégica do Mercado de Seguros e Oportunidades de Crescimento”, comandado pelo Presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira, o foco foi o papel das regulações como motor para a expansão do setor.

O superintendente da Susep, Alessandro Octaviani, falou sobre a recente regulamentação das instituições de proteção mutualista. “Essas entidades agora têm respaldo legal para atuar, e isso representa um avanço importante para a diversidade de modelos de cobertura no mercado”, disse. Ele explicou que a Susep acompanhará de perto a conformidade dessas instituições com exigências como a constituição de reservas técnicas e a liquidação de sinistros. “Vamos arbitrar os processos regulatórios para garantir que esses novos agentes sigam as boas práticas de governança e solvência”.