Notícias | 19 de abril de 2021 | Fonte: CNseg Revista de Seguros lista desafios na retomada econômica da América Latina 0 comentário 0 gostei
Lideranças do setor segurador do Brasil, Bolívia, Paraguai e Colômbia avaliam cenários em reportagem exclusivaAs economias da América Latina terão de fazer esforços a mais para superar a previsão de retomar níveis de crescimento pré-pandemia só por volta de 2024, de acordo com projeção da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL). A convite da Revista de Seguros, publicação da Confederação Nacional das Seguradoras – CNseg, a última edição (nº 916) publica o depoimento de quatro lideranças do setor segurador do Brasil, Bolívia, Paraguai e Colômbia- respectivamente, os Presidente da Comissão Regional Sul da Fides e da CNseg, Marcio Coriolano; da Fides e da Asociación Boliviana de Aseguradores (ABA), Rodrigo Bedoya; da Associação Paraguaia de Seguradoras (APCS), Antonio Vaccaro Pavia; e da Federação de Seguradores Colombianos (Fasecolda), Miguel Gómez Martínez – sobre formas de dar mais tração à retomada numa região que foi duramente atingida pela pandemia com queda de 7,7% em 2020, a pior contração em 120 anos da América Latina. Neste ano, a previsão é de que a região alcance uma alta de 3,7%, mas o risco de novas ondas da Covid-19 pode afetar a projeção, sobretudo por retardar a recuperação do emprego e da renda.No caso brasileiro, o país alcançará seu objetivo de crescimento, se consolidar o calendário da vacina, equacionar o déficit fiscal e a dívida pública e retomar as reformas estruturais, afirma Marcio Coriolano. Segundo ele, o Brasil tem indicadores de inflação e juros bem confortáveis. “E, ao que as autoridades econômicas relatam, uma folga para dar a saída ao teto dos gastos. Aguardemos o calendário das reformas tributária e administrativa e as negociações para dar solução estrutural ao teto de gastos”, avalia.O boliviano Rodrigo Bedoya tem expectativas de um ciclo econômico global em 2021 bem maior do que em 2020, como resultado de quarentena menos drástica e restrições ao movimento e ao trabalho em praticamente todos os países. A Bolívia pode crescer de 3,9% até 4,8%, se mitigar a pandemia, distribuir vacinas adequadamente e estabilizar os preços internacionais das principais commodities exportadas pela Bolívia – gás, minerais e cereais.Após dois anos consecutivos de contração, Antonio Vaccaro Pavia espera uma recuperação mais significativa apenas em 2023 no Paraguai. Isso porque o País sofreu um declínio em sua produção, ainda que menor do que o previsto no início da pandemia. “Há uma inevitável queda nos indicadores macroeconômicos”, diz ele, acrescentando que entre os setores mais afetados estão as atividades culturais, físicas, sociais, serviços e turismo.A América Latina tem sido duramente atingida pela crise econômica ligada à pandemia por dois fatores principais: o alto nível de informalidade do mercado de trabalho e o pequeno espaço de gastos públicos disponível para programas contracíclicos, analisa Miguel Gómez Martínez, da Colômbia. Ele se declara alinhado à previsão de que a América Latina levará mais tempo do que outras regiões para restaurar sua capacidade de crescimento em níveis anteriores à pandemia.