mercado de seguros tem apontado para uma crescente no Brasil. Segundo dados do relatório Síntese Mensal, divulgado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), referentes ao primeiro semestre do ano, a arrecadação do setor no país foi de R$ 209,58 bilhões, o que representa crescimento de 15,3% em relação ao mesmo período de 2023. O segmento retornou à sociedade, por meio de indenizações, resgates, benefícios e sorteios, um montante de R$ 119,13 bilhões na primeira metade do ano. 

Outro levantamento, “World insurance: strengthening global resilience with a new lease of life”, realizado pela Swiss Re Institute, mostra que o crescimento nas economias emergentes têm sido mais rápido do que nas desenvolvidas, estimando que os prêmios de vida nos países emergentes crescerão 7,2% em termos reais até o final de 2024, em contraponto a um crescimento agregado de 1,5% nos desenvolvidos. No entanto, a pesquisa também aponta que os mercados avançados contribuirão com cerca de metade dos prêmios globais adicionais de vida em termos absolutos nos próximos 10 anos.

O que esperar do mercado de seguros nos próximos anos? 

“O futuro do segmento está atrelado ao atendimento concierge e à personalização, passando a oferecer cada vez mais soluções e benefícios que realmente atendam às necessidades individuais e tragam uma abordagem eficiente. Afinal, este é um setor sensível, que lida com a segurança de vidas, de patrimônio, de empresas.”, destaca a cofundadora da multinacional Vitae Group Insurance, Julia Queiroz Primo. 

A especialista reforça que o conceito de Customer Centricity, ou seja, o cliente sempre como o pilar principal das estratégias, será cada vez mais valorizado no segmento. “É necessário entender que indivíduos, famílias e empresas têm requisitos diferentes com base em sua situação pessoal. Portanto, tudo precisa estar alinhado com as expectativas e possibilidades de cada consumidor, prezando sempre pela entrega de um serviço excepcional. Esta já é uma tendência em diversos mercados”, enfatiza.

Tendências para o futuro do setor

Conforme o levantamento da Re Swiss Institute, a economia mundial continua a demonstrar resiliência, a inflação está caindo e o ambiente das taxas de juros indica alta por mais tempo, resultando em uma confluência de fatores que sustentam uma perspectiva positiva de crescimento e lucratividade para o mercado de seguros. 

Os prêmios globais (vida e não-vida) devem apresentar um avanço de 3,2% em termos reais este ano, chegando a US$ 7,6 trilhões, abrindo o caminho para 2025 e também para as tendências abaixo nos próximos anos.

1) Maior atividade econômica deve aumentar a demanda por seguros corporativos: com companhias expandindo suas operações, a necessidade de proteção e gestão de riscos se torna ainda mais fundamental, ajudando a mitigar riscos como danos materiais, responsabilidades legais e interrupções nos negócios.

2) Níveis de renda mais altos aumentam a demanda por linhas pessoais, como automóveis e imóveis: apólices de proteção de bens de maior valor tendem a apresentar uma elevação nos próximos anos, garantindo segurança adicional para ativos de alto padrão como propriedades e veículos.

3) Aumento no interesse em Life Insurance: o estudo mostra que os consumidores estão buscando mais produtos que lhes garantirão uma renda de aposentadoria mais alta, despertando um interesse renovado em produtos do tipo anuidade, de modo a capitalizar imediatamente retornos mais atraentes. 

Nos EUA, por exemplo, as vendas de anuidades individuais de taxa fixa aumentaram 63% em 2022 e 36% em 2023, atingindo US$ 286 bilhões em vendas no ano passado, de acordo com a LIMRA.23.

4) Produtos de vida conversíveis: com grandes lacunas de proteção e necessidades crescentes de renda de aposentadoria, há uma oportunidade para as seguradoras de vida desenvolverem novos produtos de vida conversíveis, que antecipem proativamente as necessidades dos consumidores e soluções que possam ser distribuídas por meio de canais digitais. As necessidades de proteção mudam naturalmente ao longo do ciclo de vida, desde a mortalidade e a proteção de renda até a saúde e os cuidados de longo prazo, com os consumidores se beneficiando de coberturas de vida que mudam automaticamente para o grupo de risco mais relevante à medida que envelhecem.

5) Estimular o conhecimento do consumidor sobre o mercado: dentro do conceito de cliente no centro, é necessário compreender que as seguradoras podem tomar medidas para aumentar o conhecimento do consumidor sobre a proposta de valor da proteção de vida, ao mesmo tempo em que podem se beneficiar do alinhamento de suas ofertas com as novas aspirações geracionais.

Portanto, o mercado de seguros no Brasil está experimentando um crescimento que reflete a tendência global de expansão no setor, com um cenário promissor em um setor que está preparado para enfrentar desafios e explorar novas possibilidades nos próximos anos.