Notícias | 16 de abril de 2021 | Fonte: CQCS
O corretor de seguros deve ajudar os clientes a montar uma “carteira de coberturas”, formada de acordo com o perfil e necessidades de cada segurado, a exemplo do que ocorre com as carteiras de investimentos financeiros. Essa possibilidade foi projetada pelo diretor da Susep, Rafael Scherre, ao participar do webinar “Seguros: uma reflexão contemporânea”, organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), na sexta-feira (09 de abril).
Segundo ele, essa será, em breve, uma das consequências naturais do processo de simplificação do marco regulatório do setor, que possibilita a livre combinação de coberturas para carros, residências, a vida e o patrimônio das pessoas.
Para o diretor da Susep, em determinado momento, “vai estar tudo junto” e o processo de modernização e a maior liberdade trará produtos diversificados e muitas possibilidades de combinações. “O consumidor vai precisar da assessoria e consultoria de qualidade do corretor, o que demanda treinamento e especialização. A gente pode fazer um comparativo com as carteiras de investimentos, constituídas pelos agentes regulados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Então, por que não existir uma carteira de coberturas?”, comentou.
Ele acrescentou que as mudanças implementadas na regulação do setor permitem imaginar novos caminhos para o mercado. “Algumas coisas já vão ocorrer nos próximos meses e, em poucos anos, teremos um outro mercado”, afirmou Scherre.
De acordo com o diretor da Susep, a opção por promover essa intensa desregulamentação do setor veio da certeza de que “o excesso de regulação é inibidor de inovação”.
Nesse contexto, na avaliação de Rafael Scherre, esse excesso acaba ocasionando mais problemas que benefícios. “Entre os maiores benefícios da concorrência constam a possibilidade de gerar inovação, além de preços mais baixos, diversificação de produtos e mercados competitivos. A inovação é muito importante em um mundo que cada vez produz mais ferramentas digitais que favorecem os consumidores”, asseverou.
Por fim, ele adiantou que o processo de mudanças no marco regulatório continuará em 2021. Nesse contexto, já estão previstas novidades na regulação de carteiras importantes, como a do seguro auto e o microsseguro, além da simplificação das normas para a comercialização de seguros por meios remotos.