Mudanças implementadas pela entidade visam agilizar o processo de lançamento de produtos, expandindo a cobertura do seguro e tornando a proteção mais popular.
Revista Apólice – 26 de maio de 2021 14:02
EXCLUSIVO – Com o objetivo de debater a proposta de circular em consulta pública que consolida e simplifica os seguros do grupo automóvel no Brasil, a Susep realizou um webinar no final da tarde de ontem, 25 de maio. Dessa vez, os participantes foram o diretor da entidade, Rafael Scherre, e a coordenadora-geral de Seguros Massificados, Pessoas e Previdência da Superintendência, Mariana Arozo. A mediação do evento ficou por conta de Solange Vieira, superintende da autarquia.
A entidade deseja expandir o mercado de seguros, aumentando sua participação no PIB do Brasil e, para que isso aconteça, o marco regulatório é importante, pois oferece mais flexibilidade e abre espaço para mais inovações no setor. Segundo Solange, a rigidez das normas dificultou essa agilidade e, de certa forma, fez surgir um mercado marginal. “Estamos trabalhando para combater isso (o mercado marginal) e uma das vertentes é a flexibilização de regras”.
A superintendente ainda afirmou que os ajustes na regulação implementados pela Susep irão agilizar o processo de lançamento de produtos, expandindo a cobertura do seguro e tornando esse tipo de proteção mais popular entre os brasileiros. “O seguro auto ainda é a principal carteira para o país. Em 2020, a carteira representou 28% dos prêmios do setor e quase 45% dos prêmios em seguros de danos. Entretanto, ocupamos uma cobertura da frota muito pequena quando comparado com países mais desenvolvidos, e é nosso papel reverter esse cenário”.
Durante sua apresentação, Scherre apontou que o seguro cobre apenas 15,6% da frota brasileira de veículos, de acordo com dados do Denatran. No caso específico dos carros com até 10 anos de fabricação, esse índice chega a 33%. “Nos Estados Unidos, por exemplo, o percentual de veículos com algum tipo de proteção securitária atinge 87%. Esperamos aumentar fortemente a penetração do seguro auto com as novas regras. Tais mudanças, alinhadas às melhores práticas internacionais, permitem maior diversificação de produtos e preços”.
Entre as mudanças propostas pela autarquia, está a possibilidade de o seguro ser contratado mesmo sem identificação exata do veículo; a livre combinação de coberturas; a exclusão de limite para a caracterização de indenização integral; liberdade para critério de cobertura de veículo 0 km; não vedação de aplicação de franquia entre outras. Mariana afirmou que o cliente poderá optar pela cobertura de casco parcial, o que deve suprir as necessidades das pessoas que hoje têm dificuldades para contratar uma apólice por conta da sua renda. “Essa parte da população até deseja adquirir uma proteção, mas se encontra à margem do mercado. Então, o consumidor poderá contratar uma cobertura para uma parcela do veículo, assumindo parte do risco”.
Para Mariana, o principal objetivo da revisão dos normativos do segmento auto é fazer uma readequação para a realidade atual do mercado, fazendo com que as seguradoras desenhem produtos diferenciados e atendam as necessidades de cada segurado. Além disso, a coordenadora-geral da Susep disse que a possibilidade de livre escolha de oficinas ou de rede referenciada não faz com que o seguro auto popular deixe de existir, mas não há mais a necessidade de uma norma específica, pois a nova circular já engloba isso.
“Esperamos a colaboração de todos os agentes do setor, principalmente dos corretores de seguros. Já estamos fechando parcerias com diversas instituições para oferecer cursos e treinamentos para a categoria, que terá mais oportunidade para expandir a carteira e fechar novos negócios”, ressaltou Solange. A Consulta Pública está disponível até 04 de junho e os interessados podem enviar suas sugestões pelo link.