Para minimizar os impactos dos ataques hackers e prejuízos das empresas, uma boa solução é o seguro para riscos cibernéticos.
Revista Apólice – 1 de junho de 2021 15:31
EXCLUSIVO – A pandemia mudou os hábitos de consumo e estimulou o e-commerce no Brasil. Segundo dados do estudo Webshoppers (Ebit/Nielsen & Bexs Banco), o faturamento do e-commerce cresceu 41% em 2020, somando mais de 194 milhões de pedidos feitos por consumidores brasileiros no último ano. O levantamento ainda ressalta que essa foi a maior alta percentual desde 2007.
Mas, com o crescimento do número de compras online, também eleva-se o risco de consumidores e varejistas terem seus dados roubados na internet. No Brasil, segundo Boletim de Segurança da Karspersky, foram enviados 360 mil novos arquivos maliciosos todos os dias durante 2020, um aumento de 5,2% em relação a 2019.
Com a finalidade de evitar o vazamento de dados de empresas e clientes, é fundamental contar com uma proteção caso o banco de dados de uma organização seja invadido. Uma boa solução é o seguro para riscos cibernéticos, que entre suas coberturas cobre danos como Responsabilidade Civil por atos de violação, despesas de substituição de ativo digital, ameaça cibernética e lucros cessantes. “O seguro pode garantir a perpetuidade de um negócio em um dado evento de segurança ou de privacidade, amenizando os custos atrelados a tal evento e minimizando as perdas. Ao contratar uma apólice, é preciso entender como a seguradora oferece a proteção, qual é sua expertise, qual é o seu plano de regulação de sinistro, qual é a sua proximidade com o assunto. Esses aspectos são muito mais importantes de serem considerados do que o preço do seguro de forma isolada”, afirma Marco Mendes, especialista em Risco Cibernético da Aon Brasil.
De acordo com a projeção da pesquisa, o crescimento previsto para o e-commerce brasileiro neste ano é de 26%, alcançando um faturamento de R$110 bilhões. De acordo com o levantamento, estima-se um aumento de 16% no número de pedidos e de 9% no valor médio das vendas. Os principais motivos para esses índices são o fortalecimento dos marketplaces, que já tiveram participação de 78% no faturamento total do comércio eletrônico no ano passado; a consolidação dos e-commerces locais e a maturidade logística.
Para Carol Ayub, superintendente de Produtos Financeiros da Tokio Marine, especialmente devido à expansão do e-commerce, é fundamental que os lojistas contratem a proteção de um seguro contra riscos cibernéticos independente do tamanho da empresa. “Com o crescimento das vendas online e a entrada em vigor da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), que regulamenta processos muito importantes, como a coleta e o uso dos dados pessoais pelas companhias, é fundamental que as organizações estejam cada vez mais atentas às possíveis responsabilidades cabíveis, caso haja o vazamento de dados de seus clientes, parceiros, funcionários e prestadores de serviços, e contratem a proteção do seguro”.
Segundo a equipe do Cybersecurity Ventures, estima-se que os crimes cibernéticos causarão mais de US$ 6 trilhões em perdas financeiras em todo o mundo em 2021, um salto dos US$ 3 trilhões registrados em 2015. Isso representa a maior transferência de riqueza econômica da história, colocando em risco os incentivos à inovação. Entre os crimes mais comuns estão os esquemas fraudulentos por phishing, roubo de identidade e ransomware, sendo que este último pode gerar prejuízos da ordem de US$ 20 bilhões até 2021, 57 vezes mais do que 2015.
“Embora a prevenção seja sempre a melhor opção, as organizações devem se preparar para o fato de que é praticamente impossível ter sistemas 100% seguros. A avaliação de vulnerabilidade cibernética da companhia, treinamento de funcionários e o monitoramento constante são parte das soluções de prevenção. Ter reposta imediata a um incidente nunca foi tão importante, pois soluções nas primeiras horas após o ataque podem poupar milhões em prejuízos. É preciso governança, administradores prontos para coordenar a crise e time preparado para enfrentá-la”, diz Victor Perego, especialista em Riscos Cibernéticos da AIG.
Ana Albuquerque, head de Linhas Financeiras da Willis Towers Watson, ressalta que é importante que os corretores estejam à frente das necessidades do mercado, com a diversificação de suas carteiras de produtos, oferecendo assim, soluções direcionadas às necessidades de seus clientes. Além disso, neste caso, é importante que a categoria busque aprender sobre o tema, a atuação dos hackers e a legislação em vigor. “Ninguém melhor do que o corretor, que desempenha o papel de consultor de proteção, para conscientizar os segurados sobre a necessidade de proteger também o e-commerce da empresa, assim como as informações de terceiros e colaboradores”.