Por Cobertura – 07/06/2021 as 16:13
Felipe Tanus, diretor de risco da Euler Hermes, explica como as empresas podem se proteger dos riscos financeiros
O mundo enfrenta um período de grandes incertezas econômicas por conta da pandemia. E um dos maiores temores de qualquer empresa são as dificuldades financeiras, que podem resultar na recuperação judicial, um processo longo que assombra qualquer gestor. Segundo dados divulgados em março deste ano pela Serasa Experian, somente em fevereiro houve aumento de 11,1% em pedidos de recuperação judicial por empresas brasileiras em relação ao mesmo período do ano anterior. Um impacto sentido pelo caixa das companhias de forma significativa.
De acordo com os dados da Euler Hermes, líder mundial em seguro de crédito, apenas em 2020, o débito das empresas atendidas pela seguradora ultrapassou os R$ 87 milhões. Em uma análise dos últimos cinco anos, esses valores somaram mais de R$ 172 milhões, o que exemplifica o aumento dos pedidos de recuperação. Mesmo com esse panorama preocupante do mercado, a Euler Hermes segue orientando e protegendo os clientes para evitar tais crises financeiras. Prova disso é que em 2021 ainda não houve nenhum caso de recuperação judicial no portfólio da seguradora.
Diante deste cenário, o diretor de riscos da Euler Hermes, Felipe Tanus, mostra como as empresas podem se precaver para evitar entrarem em processo de recuperação judicial. O executivo lembra que a “recuperação” é um processo que visa o restabelecimento econômico-financeiro, além da parte administrativa de uma instituição, efetuando medidas que visam impedir que a empresa entre com ação de falência. Essa demanda de responsabilidade financeira passa por toda operacionalização em sua estrutura de capital e geração de caixa.
Segundo o diretor, existem alguns sinais claros que denotam que uma instituição está diante de uma iminente recuperação judicial, sendo eles: a fraca estrutura de capital, que é a forma como a companhia se financia; o endividamento, que obriga a empresa a sempre recorrer aos bancos; a dificuldade de se gerar caixa em suas atividades operacionais; os resultados negativos, que significa gastar mais do que se ganha. “Esses são alguns dos principais pontos a serem observados, além do tamanho da dívida da corporação, que não deve, em hipótese alguma, ser maior do que o patrimônio e ativos da empresa”, afirma Tanus.
Caso estes sinais sejam percebidos, o executivo aconselha que seja feita uma análise da instituição, com notas explicativas e possíveis projeções para os meses sequentes. “É importante se ter em mente o que levou a organização a chegar nessa situação econômica e seus possíveis obstáculos, encontrando formas de diminuir os gastos operacionais, aumentar as vendas, buscando prazos menores e adição do lucro, com foco em maior liquidez, ou seja, buscar sempre pela melhora da saúde financeira da empresa”.