Notícias | 15 de junho de 2021 | Fonte: CQCS

Matéria divulgada nesta segunda-feira, 14, pelo portal gauchazh.clicrbs.com.br informa que um dos presos em operação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul que investiga a venda irregular de licenças para que ônibus antigos possam trafegar, mesmo estando fora dos prazos e das condições estabelecidas por lei, seria Anderson de Paula Ferreira que se diz Corretor de Seguros. Em pesquisa realizada pelo CQCS, Anderson não possui registro no site da Susep. No total foram quatro mandados de prisão temporária e seis de busca e apreensão autorizados pela Justiça, todos cumpridos em Porto Alegre.

De acordo com a reportagem, entre os presos estão também um funcionário graduado do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer) e um ex-funcionário de seguradora, que intermediava a remessa de propina dos proprietários de veículos velhos a servidores públicos encarregados de fiscalizar as frotas usadas para fretamento e turismo.

A investigação começou com denúncias encaminhadas por funcionários de seguradoras que trabalham com registro e recursos de veículos e com a regularização deles junto aos órgãos competentes.

Uma seguradora, não citada na reportagem, descobriu que o corretor de seguros fazia acesso indevido aos sistemas do Daer e cadastrava veículos que, por lei, não poderiam prestar o serviço de transportes e turismo. 

A descoberta aconteceu porque clientes ligaram, procurando por essa facilidade ilegal e mencionando o nome do securitário.

Os donos de veículos disseram que o securitário conseguia registros provisórios para veículos antigos mediante contatos dentro do Daer. Ele também providenciaria renovação dessas licenças. A facilitação era feita por um parente do securitário, um servidor com cargo de relevo no departamento estadual.

A Polícia Civil rastreou documentos de consulta da situação dos veículos com mais de 20 anos de uso — o que é vedado para este tipo de transporte — e que teriam sido ilegalmente liberados pelo Daer. Esses registros foram inseridos nos sistemas de informação do departamento, de modo irregular, por meio da matrícula de um servidor do órgão estatal de transportes, que teria agido em combinação com o corretor de seguros investigado. Isso comprovou as desconfianças.

Uma testemunha ouvida pela Polícia Civil citou pagamentos ao corretor de seguros para agilizar questões administrativas, sendo que o mesmo disse que seria para “quitar valores em aberto”. Contudo, no sistema do Daer, os valores nunca foram quitados. Seria uma cobrança por algo não feito.