Revista Apólice – 29 de junho de 2021 12:55

edição nº 47 da Conjuntura CNseg, publicação produzida pela Confederação Nacional das Seguradoras, analisa o crescimento de 1,2% do PIB no primeiro trimestre do ano, em relação ao mesmo período de 2020, e seus impactos na economia. Essa análise mostra que, apesar da maior severidade da segunda onda da pandemia, não apenas a adesão às medidas de isolamento e às restrições a atividades econômicas foi menor, como provavelmente a relação entre isolamento e atividade econômica também se tornou menos intensa.

A recuperação da economia desde seu pior momento no segundo trimestre do ano passado tem sido desigual, com desempenho melhor da indústria e do agronegócio em comparação com vários segmentos do setor de serviços, especialmente os serviços prestados às famílias.

A avaliação é que se abre uma janela de oportunidades para que a agenda de reformas avance e os fundamentos econômicos melhorem, na esteira da ampliação da vacinação contra a Covid-19, de um maior crescimento global e da forte demanda pelos produtos tipicamente exportados pelo País. Há ainda muitas incertezas no horizonte e a questão fiscal, que é principal fragilidade da economia brasileira, está distante de ser equacionada.

Outra questão abordada é sobre o nível de ocupação da mão de obra, medida pela PNADc, que está 7,1% menor no trimes­tre encerrado em março último em relação ao mesmo período do ano passado (são 6,6 milhões de ocupados a menos). Isso pode ser uma jobless recovery, no jargão tomado dos economistas americanos, uma recuperação sem emprego, agravada pela grande desigualdade brasileira, que se manifesta também como diferenças de produtividade: dos milhões de pessoas a menos na força de trabalho, a maioria estava empregada em serviços de baixa produtividade, em grande parte informais. Por isso, a renda que geravam faz pouca diferença no crescimento agregado da economia, que se recupera, ao menos neste primeiro momento, em setores menos intensivos em mão de obra e de maior produtividade (como a agropecuária e os serviços financeiros, tecnológicos e de informação), constata a publicação.

A publicação apresenta também um panorama completo do desempenho do setor de seguros, inclusive com a divulgação dos dados de Saúde do primeiro trimestre de 2021, realizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Sem DPVAT, o setor arrecadou o montante de R$ 130,9 bilhões em contraprestações líquidas, prêmio direto de seguro, contribuições de previdência e faturamento de capitalização, nos primeiros três meses de 2021, montante 8,7% superior ao mesmo período de 2020.

Todos os segmentos mostraram melhor desempenho em relação ao mesmo mês do ano anterior, com destaque para Cobertura de Pessoas que avançou 59,3% neste período. Um dos destaques é para o resultado recorde nas concessões de crédito imobiliário a pessoas físicas vem impulsionando o seguro habitacional. Segundo dados do BC, em abril de 2021, as concessões de crédito para pessoa física destinadas ao financiamento imobiliário apresentaram resultado recorde na comparação com o mesmo mês do ano anterior, de 85,3%.

Para completar, a CNseg volta a publicar as projeções de arrecadação do setor segurador após a suspensão ocorrida durante eclosão da pandemia. Foram estabelecidos dois intervalos distintos de expansão da arrecadação no ano: de 5% a 9,4% (com Saúde Suplementar, mas sem DPVAT), ou de 5,5% a 8,9% (sem DPVAT e sem Saúde suplementar), dependendo do comportamento das variáveis exógenas usadas no modelo de previsão.

N.F.
Revista Apólice