Notícias | 1 de julho de 2021 | Fonte: CQCS l Alícia Ribeiro

De acordo com uma matéria veiculada pelo Valor Econômico na última terça-feira (29), um levantamento da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) realizado em 2020, revela que o Brasil registrou 14.159 ocorrências de roubos de cargas, com queda de 23% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 18.382 casos. Porém, as ocorrências de 2020 representaram um prejuízo de R$ 1,2 bilhão ao setor.

A região Sudeste continua sendo a mais afetada, arcando com 81,33% dos eventos. Em seguida, aparecem as regiões Sul, com 8,89%; Nordeste, com 6,6%; Centro-Oeste, 1,91%; e, por último, o Norte, com 1,21%. Entre os produtos mais visados estão alimentos, cigarros, eletroeletrônicos, combustíveis, bebidas, artigos farmacêuticos, autopeças, defensivos agrícolas e têxteis e confecções.

No aumento da necessidade do Seguro para Transportes, os dados apresentam uma melhora na comercialização do produto. Adailton Dias, diretor executivo de produtos corporativos e resseguro da Sompo Seguros, líder nesse segmento, cita, porém, um aumento nas vendas em 2021, com alta de 19,8% entre janeiro e abril frente ao mesmo período do ano passado. Há também uma retomada dos valores pagos em indenizações.

A Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), para evitar o contágio pelo coronavírus, suspendeu as atividades de fiscalização de peso nas rodovias em determinados períodos do ano. “Com isso, esses trechos ficaram mais livres e alguns veículos passaram a trafegar em velocidades mais altas transportando cargas mais pesadas, o que aumentou o risco.”

A Tokio Marine, segunda maior no segmento, embarcou no lançamento de aplicativos que reforçam o gerenciamento de risco e a redução de burocracia. “Uma única apólice cobre todas as fases do processo de transporte, inclusive na transferência entre modais durante a viagem, facilitando a operação e proporcionando mais segurança ao operador multimodal”, detalha Valdo Alves, diretor de transportes da seguradora.

Outra facilidade foi dispensar a vistoria presencial para a nacionalização de cargas em portos, aeroportos e armazéns alfandegários. O processo de vistoria on-line é feito via WhatsApp, pelo atendimento da Marina, assistente virtual da Tokio Marine. “Ao identificar uma avaria, o despachante aduaneiro ou corretor de seguros entra em contato pelo aplicativo e preenche um formulário. Em poucos minutos, a carga é liberada para o transporte”, conta.

Carla Almeida, diretora de property & casualty (P&C) da Axa Brasil, destaca o aumento da demanda por operadores logísticos e centros de distribuição. Em função da pandemia, o mercado de e-commerce ampliou o número de armazéns para baratear o custo e agilizar as entregas. “Esse movimento fez a contratação de seguros de transportes e de riscos patrimoniais avançar.”

O grupo francês também gerenciou junto aos corretores e clientes o agravamento do risco, com estoques em níveis expressivos, tanto do comércio que deixou de vender num primeiro momento da pandemia, como também dos armazéns de empresas de e-commerce, que passaram a acumular mais mercadorias para serem mais ágeis nas entregas. Com risco agravado, os corretores trabalharam para adequar apólices e gerenciamento de risco.

“Uma grande preocupação inicial foi orientar os clientes sobre a necessidade de ampliação de seus limites em apólices, sobretudo para acumulações em armazéns, tanto no Brasil, quanto no exterior. Além dos valores, também buscamos ampliar os prazos de cobertura, tornando-os mais elásticos, dada a descontinuidade de muitos serviços”, acrescenta Sérgio Caron, diretor de Marine e cargo da corretora Marsh Brasil.

A Chubb Brasil tem priorizado a subscrição de riscos sob medida para os clientes. O grupo tem um planejamento mundial em inovação com foco em tecnologia para diferenciar a aceitação de riscos e assim privilegiar clientes que fazem o gerenciamento de risco. Assim, a seguradora americana leva em conta o tipo de embalagem das mercadorias no armazém até o conhecimento dos funcionários.

“Queremos atender a demanda dos pequenos e médios empresários, que pedem mais agilidade, menos burocracia e preços acessíveis para que possam incluir no orçamento o custo do seguro. E para isso temos de ter uma boa subscrição de risco e muita tecnologia embarcada”, Luciano Santos, vice-presidente de subscrição de P&C.

Este é um pedido não só das PMEs, mas de todos os clientes do setor de seguros, mergulhado em uma revolução digital com mudanças regulatórias promovidas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), que têm como foco estimular a concorrência.