Notícias | 11 de agosto de 2021 | Fonte: CQCS
O jornal Valor Econômico publicou uma reportagem nesta segunda-feira, 09, sobre a atuação das registradoras de seguros. Neste mês de agosto, as primeiras registradoras homologadas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) deram novos passos na implementação do sistema de registro de operações (SRO) no Brasil. Com a criação dessa estrutura, as registradoras vão disponibilizar informações sobre seguros numa base centralizada.
A reportagem aponta que o registro no SRO passou a ser obrigatório para as operações relativas a apólices, certificados e bilhetes dos seguros classificados no grupo de riscos financeiros, caso, por exemplo, dos seguros de grandes riscos e de fiança locatícia.
Todas as operações do setor deverão integrar o sistema até 2023, mas para todos os ramos já é possível fazer os registros de forma facultativa.
São três registradoras homologadas pela Susep: B3, Central de Recebíveis (Cerc) e CSD. Pelas regras do sistema, elas precisavam criar uma plataforma de dados para enviá-los ao regulador.
Antes do SRO, as seguradoras enviavam os dados diretamente à Susep. Agora, as registradoras vão disponibilizar as informações numa base centralizada.
Em declaração ao jornal, o fundador e presidente do conselho da Cerc, Marcelo Maziero, disse que a plataforma está sendo finalizada e que até o fim de agosto o software será concluído para que comece a funcionar em setembro.
De acordo com a reportagem, as registradoras criaram uma associação com fins apenas administrativos. “No começo, as seguradoras podem ter olhado para o SRO como mais uma obrigação, mas depois começaram a entender que ele é um marco no mercado de seguros, que pode abrir a possibilidade de desenvolver novos produtos”, declarou ao jornal Marcos Watanabe, da insurtech Suthub, que foi escolhida para desenvolver a plataforma do SRO.
O executivo disse que o mercado vai começar a ter dados atualizados sobre securitização de ativos, praticamente em tempo real. Watanabe, que também é cientista de dados, explicou que será possível identificar algum risco de que uma empresa ainda que não esteja protegida, abrindo espaço para uma seguradora oferecer ou desenvolver determinado produto.
“O SRO é o pontapé inicial do open insurance. É um mar de possibilidades. Ele vai permitir a separação muito clara de diversos atores de mercado, o surgimento de novos modelos de negócios e novos produtos”, afirmou.
Recentemente, a Brasilprev fez uma emissão de R$ 550 milhões em debêntures subordinadas, o que só foi possível por ter aderido, de forma facultativa ao SRO – uma das condições para que esse tipo de operação seja feito por seguradoras. “Com certeza vamos ter esse movimento no mercado”, acrescentou Watanabe.