O trabalho por conta própria, também conhecido como trabalho autônomo, realizado sem um vínculo empregatício, por conta própria e no qual o trabalhador assume todos os riscos pelo serviço, atingiu um patamar recorde no Paraná. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no 3º trimestre o número de trabalhadores autônomos no estado chegou a 1,477 milhão, o equivalente a 28,1% da população ocupada.

Isso significa que mais de um quarto dos trabalhadores considerados ocupados depende de bicos ou um trabalho autônomo para conseguir ter alguma renda. Além disso, o contingente representa um crescimento de 9,2% na comparação com o 2º trimestre do ano anterior, o que representa 125 mil pessoas a mais neste tipo de ocupação.

Comparando-se ainda os dados dos últimos 12 meses, verifica-se que o nível da ocupação no Paraná só não caiu ainda mais nos últimos tempos por conta do trabalho por conta própria. Muito em parte por causa do cenário da pandemia da Covid-19

Entre abril e junho de 2020, havia 5,9 milhões de paranaenses na força de trabalho (61,8% da população em idade para trabalhar), dos quais 5,3 milhões (55,9%) estavam ocupados na semana de referência e outros 564 mil (9,1%) buscavam alguma colocação, ou seja, estavam desocupados.

Um ano depois, 5,78 milhões de paranaenses fazem parte da força de trabalho (60% da população em idade para trabalhar) e o nível de ocupação caiu para 54,6% (5,23 milhões), enquanto a desocupação, que atinge 524 mil paranaenses, recuou para 9,1%.

Entre a população ocupada, há recuos em duas das principais categorias: empregado (3,57 milhões para 3,41 milhões) e empregador (304 mil para 258 mil). As categorias que tiveram alta no nível de empregabilidade foram o trabalho por conta própria (de 1,35 milhão para 1,48 milhão) e o trabalhador familiar auxiliar (109 mil para 113 mil).

Além disso, do total de 1,477 milhão que atuam por conta própria, apenas 496 mil possuem CNPJ, enquanto 981 mil não tinham o cadastro.

Desalento também registra alta e bate recorde

Além do trabalho por conta própria, o Paraná também registrou um recorde no contingente de desalentados, que são pessoas que desistiram de procurar trabalho devido às condições estruturais do mercado. No segundo trimestre do ano corrente haviam 145 mil pessoas nessa condição, mais que os 117 mil do trimestre anterior e os 133 mil do segundo trimestre de 2020.

Trata-se, ainda, do maior número de desalentados em toda a série histórica do IBGE, inciada em 2012. Até então, o trimestre com maior número de pessoas que haviam largado mão do mercado de trabalho por não conseguir colocação havia sido o 2º do ano passado, com 133 mil. Já os menores valores da série foram registrados nos 2º trimestres de 2014 e 2015 (28 mil).