Notícias | 30 de setembro de 2021 | Fonte: CQCS l Alícia Ribeiro

“Os desafios do acesso às inovações em saúde” foi o tema abordado na tarde desta quinta-feira (30), na edição da Conseguro 2021. O painel contou com a participação de Denizar Vianna, professor titular e pró-reitor da UERJ e do deputado federal Dr. Luizinho (PP-RJ). A moderação foi feita por Vera Valente, diretora executiva da FenaSaúde.

O desafio da sociedade atual é a produção de riquezas para garantir o acesso às novas tecnologias. Na área da saúde não é diferente, os sistemas de saúde estão discutindo o papel das inovações e mecanismos de precificação e financiamento. O painel debateu a importância da Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS), como etapa obrigatória e necessária no Brasil e em todo o mundo para garantir que novos tratamentos efetivamente comprovem benefícios relevantes aos pacientes e garantam a sustentabilidade dos sistemas.

Os planos de saúde são favoráveis a alternativas que melhorem as condições de vida e curem os pacientes. Mas sua incorporação às coberturas só deve ocorrer após análise que comprove que o medicamento efetivamente produz melhores resultados e não apenas signifique custo extra para todo o sistema suplementar – logo, para todos os usuários de planos de saúde.

Os palestrantes revelaram que a ATS se atesta com evidências que o medicamento traz benefícios diferenciados ao paciente, não apenas custos para o sistema de saúde. As novas tecnologias trazem para mesa a inclusão de novas perspectivas que enriquecem o debate da disponibilidade e do acesso às novas tecnologias.

Entretanto, a inovação no setor de saúde é um grande desafio. De acordo com Denizar, qualquer sistema de saúde, para ser sustentável, precisa de uma avaliação de tecnologia, mas ajustes ainda são necessários. O professor destacou a importância da ATS e disse que há espaço para aperfeiçoar ainda mais esse processo. “ATS já se consolidou como uma ferramenta fundamental no setor de saúde”, contou.

Para o deputado Dr. Luizinho, também há muito a avançar, no Brasil e no mundo. “O único serviço em que a tecnologia agrega mais custo é na saúde. Na sua grande maioria, o acesso à tecnologia barateia o serviço, mas na saúde não impacta no aumento de custo. Precisamos entender esse impacto e diluir esse custo”, disse.

Denizar revelou também que a saúde é uma área que está sempre trazendo novas tecnologias para os pacientes e população. “É bom, mas é necessário ter critérios para controlar isso”, opinou o médico.

“A ATS tem esse olhar crítico, é um ponto fundamental. Temos que trazer a cultura de novas modalidades de financiamentos também para contratação de novas tecnologias”, pontuou o professor.

Ainda de acordo com Denizar, na saúde suplementar, o grande desafio é aumentar o acesso da população, e isso depende de um modelo regulatório e maior flexibilidade sem abrir mão da qualidade. “Como a ANS pode regular isso? Hoje temos métricas em que conseguimos medir os resultados em saúde. O sistema de saúde suplementar precisa de planejamento. A ANS precisa solicitar esses indicadores”, encerrou.