Por Cobertura – Publicado em 05 Maio 2020, 10h56
Após relatos de suicídios relacionado com o coronavírus e a quarentena a ele associada o filósofo, psicanalista, membro da Mensa e especialista em estudos da mente humana, Fabiano de Abreu, foi contactado. Após ter confirmado que eram mais casos de depressão que se acentuou com esta crise psicológica da pandemia de coronavírus, o pesquisador logo concentrou-se em pesquisas e análises para avaliar o que ele já previa ocorrer.
“ Eu já previa a possibilidade de que, pessoas com depressão, em quarentena, sendo bombardeadas com notícias ruins, poderiam potencializar o quadro depressivo; e ter um aumento no número de suicídios. Tomando ciência do ocorrido, reuni meu grupo de pesquisa para tentarmos contribuir de alguma maneira para que isso não eleve mais ainda o número de mortos por causa do coronavírus, seja diretamente ou indiretamente.”
A neuropsicóloga Roselene Espírito Santo Wagner, também membro da CPAH – Centro de Pesquisas e Análises Heráclito reafirma o risco baseado na incerteza.
“ Pessoas acometidas por depressão têm maior risco de suicídio. O risco é maior na vigência da doença e de comorbidades. Estamos imersos num cenário de incertezas. Incertezas essas, geradoras de medos e angústias. É importante cuidar do equilíbrio emocional, para evitar ações definitivas para problemas transitórios. O suicídio não é solução; e sim mais um problema de saúde pública a ser tratado.”
Fabiano disse que não conseguiu aprofundar a sua pesquisa pela dificuldade em obter relatórios, para quantificar os casos, pois neste momento o caos reina nos hospitais.
“ Eu perguntei para alguns amigos médicos no WhatsApp e esperei que respondessem e me confirmassem. Não vou importuná-los neste momento já que estão todos atribulados e alguns com alto risco de contágio da doença. A Leninha- Roselene, me confirmou também casos em seu consultório de crises agudas da depressão. Gerando um pico desse transtorno neste momento. É um fator real e esperado e temos que buscar meios para ajudar o quanto antes. Quanto mais potencializado, maior o risco e pode acontecer em fração de segundos.”
“Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor o prognóstico”, diz o psicanalista.
Seguem as dicas dos profissionais para que possa observar o caso mais próximo e tentar ajudar.
Em momento de reclusão e isolamento social, por conta do cenário mundial – Pandemia de Corona Vírus – se você é portador da doença “Depressão”, observe algumas questões “preventivas” bastante pertinentes:
Mantenha o seu tratamento psicoterápico via on-line, a grande maioria dos profissionais estão a trabalhar nessa modalidade.
Se faz uso de medicação, siga corretamente a prescrição médica. Não aumente a dosagem, nem faça desmame por conta própria.
Se a sua medicação está a findar, entre em contato com o seu Psiquiatra, todos estão a trabalhar sob novos protocolos.
Mantenha-se informado somente por vias sérias e éticas de notícias. Evite “Fake News”.
Trabalhe a sua respiração através da meditação. A respiração consciente e ritmada, mantém a homeostase do corpo.
Durma bem, o sono fisiológico possibilita uma “psicoprofilaxia”, filtragem e limpeza de metabólicos cerebrais.
Mantenha uma alimentação equilibrada. Alimentos funcionais, menos processados e coloridos. “Descasque mais e desembrulhe menos”
Beba água, mantenha-se hidratado para o melhor funcionamento de todo o sistema de filtragem e eliminação, mantendo o organismo em bom funcionamento.
Use a criatividade e o espaço possível, para uma atividade física que goste.
Evite excesso de álcool, evite drogas. Mantenha-se lúcido.
Mantenha a rotina, isso faz com que você continue orientado no tempo.
Desenvolva uma plano, e faça um planeamento para realizar uma “comemoração” quando tudo isso passar.
Traga para sua mente bons pensamentos, boas emoções. O que nós pensamos nós sentimos.
Pense coisas boas!
Sinta-se pertencendo a um grupo, o sentimento de pertença traz-nos importância.
Faça chamadas de vídeo ou mesmo vídeo conferência, para reunir os amigos.
Não falta tempo por isso organize a casa, os armários, leia os livros que guardou na estante, assista os filmes e as séries que queria e não tinha “tempo”.
Descubra um talento oculto, e trabalhe-o como uma TO- Terapia Ocupacional: Escrever, desenhar, pintar, esculpir, cozinhar, bordar…
Para casos mais graves em que tenha ocorrido uma tentativa ou pensamentos de suicídio, trabalhe na “redução de danos”, seguindo orientações básicas:
Seja presente de forma integral, na vida do sujeito portador do transtorno – depressão.
Aproxime-se da pessoas que estão em sofrimento emocional/psicológico.
Ofereça conversa com escuta de qualidade.
Conduza a conversa até perceber que a pessoa está segura e confiando em si.
Pergunte abertamente se ela já pensou na própria morte.
Com o terreno preparado, pergunte se ela já pensou em tirar a própria vida.
Pergunte que método ela escolheria e por que seria assim?
Deixe-a falar, chorar, contar todo o seu plano.
Após tomar conhecimento da idealização e do planeamento, mostre-se solidário.
Compreenda “sem julgar”, a partir daí ofereça um “pacto ou um contrato de preservação” à vida.
O desabafo e a confissão trazem alívio. Deixando a pessoa com o recurso de procurar ajuda naquela pessoa ou num grupo de ajuda.
Quando nos esvaziamos desse sentimento de angústia e desesperança, começamos a valorizar a vida.
Ter alguém que guarda o nosso segredo conecta-nos a um outro ser. Esse sentimento de confiança forma um elo e traz motivação para superar o momento.
Ter ciência do plano e do planeamento para a execução, podendo tirar da pessoa a ferramenta que ela utilizaria.
Recolha a medicação, retire o que puder ser feito de corda, lâminas cortantes, e não deixe a pessoa sozinha.
A presença traz a companhia e inibe a tentativa de atentar contra a própria vida.
Tudo passa; isso também passará.
Se cuide e cuide.
Somos todos únicos, mas agora somos todos UM!
Se conecte, a rede social, nunca foi tão real!
Biografia
Fabiano de Abreu é membro da Mensa, associação de pessoas mais inteligentes do mundo com sede na Inglaterra conseguindo alcançar o maior QI registrado com 99 de percentil o que equivale em numeral a um QI acima de 180. Especialista em estudos da mente humana, é membro e sócio da CPAH – Centro de Pesquisas e Análises Heráclito, com sede em Portugal e unidades no Brasil e na Holanda.