Notícias | 19 de janeiro de 2022 | Fonte: CQCS | Sueli Santos
Menos competição. As negociações que aconteceram no mercado de saúde nos últimos tempos acabaram por reduzir o número de empresas que atuam no segmento, diminuindo assim a competição no setor. Por isso, o Conselho de Defesa Econômica (Cade) deve ficar mais rigoroso nos pedidos de análise das negociações que envolvem as operadoras de saúde que chegarem na autarquia. As informações foram publicadas no jornal Valor Econômico nessa terça, dia 18.
Com as últimas aquisições do setor, o número total de operadoras de planos de saúde ficou menor. Em 2020, a Agência Nacional de Saúde (ANS) registrou 711 empresas.
De acordo com a reportagem, um estudo feito pelo próprio Cade aponta que das 285 análises feitas pelo órgão em quase 20 anos, apenas três foram totalmente rejeitadas. A verticalização tem sido um ponto central nesses casos, presente em 51% deles. Isso ocorre quando uma operadora de plano de saúde compra hospitais, por exemplo.
Na autarquia, existe a discussão se a verticalização pode restringir a competição no mercado e dificultar a entrada de novas empresas ou que clínicas já estabelecidas conseguem continuar atuando.
As aquisições nesse mercado começaram a ser registradas no Cade em 2001, com a compra da carteira de beneficiários de seguro-saúde do banco HSBC. Mas foi entre 2008 e 2012 que houve alta de notificações de atos de concentração.
O especialista em direito da saúde suplementar, Luiz Antonio Varela Donelli ouvido pelo jornal, avalia que a verticalização do setor causa dificuldade para clínicas e médicos independentes e pode ser maléfica a pacientes. Por outro lado, o advogado Rubens Granja diz que essa consolidação gera a integração de produtos e estruturas hospitalares e maior oferta de planos no país.
Segundo o superintendente executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Marcos Novais, a oferta de produtos aumentou, mesmo com a redução no número de operadoras. E ainda existiria espaço para mais operações de aquisições no setor.negociações