Notícias | 27 de janeiro de 2022 | Fonte: CQCS | Sueli Santos
Alexandre Camillo, superintendente da Susep, participou do programa ”Falando Seguro” nesta quarta-feira, 26, idealizado pelo Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de Pernambuco (Sincor-PE). O programa teve mediação do jornalista Mário Neto, âncora da rádio CBN Recife. A participação do superintendente foi o primeiro compromisso público de Camillo desde que assumiu a autarquia. O tema da conversa foi perspectivas de 2022.
Sobre a responsabilidade de ser o novo superintendente, ele disse esperar dar sequência ao trabalho com um time de servidores qualificados e comentou sobre o desafio do cargo. “É um grande desafio uma vez que a autarquia completa 55 anos e tem uma folha de excelentes serviços prestados ao consumidor e seus entes supervisionados. Então, dar sequência a esse trabalho com esse time de servidores qualificados é uma responsabilidade”, destacou.
Carlos Valle, presidente do Sincor-PE, fez a abertura e ressaltou a importância do evento e da união do setor. “É importante estarmos cada vez mais próximos já que temos o mesmo propósito de proteger a sociedade”, afirmou.
Ronaldo Dalcin, presidente do Sindseg-NNE, destacou que este ano é importante para os brasileiros com eleição, indicadores econômicos e macroeconômicos que pedem atenção. “Temos transformações tecnológicas que já vinham modificando nosso ecossistema. O Brasil tem 129 insurtechs e 32 empresas aprovadas no sandbox. Temos open insurance, flexibilização das normas promovidas pela Susep”, elencou.
Camillo disse ser uma honra estar à frente da Susep. “Entendo que essa é a grande oportunidade de contribuir com esse produto maravilhoso para que ele seja cada vez mais entendido pela sociedade e que possamos ter o seguros se aproximando de uma parcela maior da população. Aceitei essa missão com o entendimento que ela trazia uma oportunidade”, sintetizou.
Ele revelou que pelos dados levantados pela Susep até novembro de 2021, percebe-se que o mercado cresceu mais de R$ 30 bilhões de arrecadação. “Até o momento é um crescimento de 13% do setor. É um belo crescimento em termos percentuais. Acho que com os números de dezembro, podem indicar um percentual maior ainda”.
Objetivos e perspectivas.
Para Camillo, é possível que o setor de seguros tenha crescimentos maiores. “Quando olhamos para a penetração do seguro na sociedade há um espaço grande a ser preenchido”, analisou. Ele citou a quantidade de atendimentos feitos pelo seguro de vida. “Por um lado, é motivo de alegria, mas por outro, mostra o quanto ainda podemos levar tranquilidade às pessoas. Tivemos no Brasil quase 700 mil mortes em razão da pandemia e tivemos o registro de atendimentos do seguro de vida com pouco mais de 70 mil indenizações pagas. É um número expressivo, superior a R$ 4 bilhões, e poderia ser mais”, constata.
O novo superintendente disse também que é seu papel promover o diálogo do setor para que não se percam oportunidades de colocar o mercado no rumo do verdadeiro potencial que se tem pela frente. “Parece que estamos distantes deles e entendo que eu possa ser contributivo nesse sentido”, declarou.
Ele também falou sobre open insurance e explicou que o sistema é uma demanda da sociedade e ressaltou que ainda há ajustes que precisam ser feitos. “Temos que estar em linha com a LGPD tanto que qualquer compartilhamento de dados será realizado apenas depois da manifestação expressa do consumidor”, enfatizou.
Ele disse ainda que está em curso – até março – uma audiência pública que trata da questão da sustentabilidade, governança e ESG. “A Susep promove o debate com o setor de seguros na inserção desse tema que é importante. O olhar interno das seguradoras para seu comportamento diante dessas questões”, afirmou.
Proteção veicular
Ao responder uma pergunta sobre empresas de proteção veicular, Alexandre Camillo disse que será preciso discutir a regulamentação. “A questão apenas de autuação punitiva é enxugar gelo. Espero me aprofundar nesse debate que necessita de vontade política”, enfatizou. Ele acrescentou ainda que os números mostram que as punições não foram efetivas. “Então, se já tem um contingente de pessoas usando isso, me parece que a forma de proteger essas pessoas é regulamentar esse processo”, analisou.
Camillo disse que estava debatendo o assunto com as diretorias técnicas da autarquia e chamou atenção para algumas situações que devem ser consideradas. Lembrou que as associações não são supervisionadas pela Susep. “E, ainda assim, quando a Susep recebe denúncias promove processos de ações para tentar, de alguma forma, coibir o avanço das associações ou seus atos”, disse.
Open insurance
Open insurance foi um dos assuntos abordados. Ele explicou que o open banking está mais adiantado que o open insurance e que a Susep ainda está conduzindo essa primeira fase e promovendo alguns ajustes. “A CNseg tem questionado com relação a alguns itens que não estão muito claros. Temos que nos debruçar ainda para que quando o processo esteja todo consolidado não estejamos sujeitos a erros que serão mais difíceis de serem consertados com o processo em curso”, revelou.
Ele acrescentou que corretores de seguros participam do open insurance a partir do momento que as empresas de gestão tenham integração que ainda não está bem definida. “A bem da verdade, antes de eu estar aqui, eu ouvia por parte de lideranças do setor que o corretor promove esse compartilhamento de dados. A gente tem que lembrar que seguro tem características diferentes no trato, no dia a dia com o consumidor. Diferente de alguns produtos bancários”, apontou.
No fim do programa, Camillo disse que gostaria de mandar uma mensagem de confiança para os corretores e revelou que os dois primeiros meses à frente da autarquia exigiram dele um entendimento da complexidade do que é o serviço público.
Confira.
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