Notícias | 23 de agosto de 2022 | Fonte: Insurtalks
Há um antigo ditado que diz: “A união faz a força” e a indústria de seguros está provando que a frase proverbial tem sua força prática: no primeiro semestre de 2022, as fusões e aquisições do setor alcançaram a maior taxa de crescimento dos últimos 10 anos.
Os negócios aumentaram no Oriente Médio e na África
A atividade de negócios no Oriente Médio e na África aumentou no primeiro semestre após uma queda em 2021, com 16 negócios publicados, em comparação com 12 no segundo semestre do ano passado. A maioria dos adquirentes neste semestre foi da África – quatro da Costa do Marfim, três da África do Sul e dois do Quênia.
Japão foi o maior comprador
Na Ásia-Pacífico, o Japão foi o principal comprador na região e, em segundo lugar, a Austrália. O número de negócios na região aumentou ligeiramente para 27, de 24 no segundo semestre de 2021.
“As seguradoras continuam focadas em oportunidades de crescimento”
A sócia da Clyde & Co em Munique, Eva-Maria Barbosa, afirmou que: “Em face de fortes pressões econômicas – inflação, aumento dos custos de energia e recessão iminente – as seguradoras continuam focadas em oportunidades de crescimento”.
Quais os motivos para o aumento das fusões e aquisições?
Para Eva-Maria Barbosa, são vários os fatores que estão impulsionando o fenômeno. Segundo ela: “O aumento das taxas de juros promete melhores retornos de investimento para negócios de longa duração, enquanto ajuda as seguradoras a reequilibrar as carteiras. As empresas de private equity e os gestores de ativos ainda desejam explorar a entrada no mercado de seguros ou a expansão das pegadas existentes”. Eva-Maria ainda acrescenta que “Sinalizar as avaliações de insurtech significa que as aquisições são cada vez mais atraentes para investidores de PE e operadoras tradicionais que buscam aumentar as capacidades tecnológicas”.
Transações bilionárias permaneceram estáveis
O relatório também apontou que o número de negócios avaliados em mais de US$1 bilhão permaneceu relativamente estável, com 13 no primeiro semestre de 2022 em comparação com 14 no segundo semestre do ano passado. O maior negócio do ano até agora foi a venda da norte-americana Athene Holding para a Apollo Global Management por US$7,7 bilhões.
Participação forte de Private Equity no espaço de corretagem
A participação de PE (Private Equity) no setor de seguros permaneceu forte, especialmente no que diz respeito ao espaço de corretagem. O investimento em PE também se concentrou no espaço das operadoras em territórios selecionados, incluindo investimentos no Lloyd’s, segundo o relatório.
Peter Hodgins, Clyde & Co parceiro em Dubai, explicou que ainda há muitos investidores de PE que preferem ‘balancear o balanço’ ou ficar com intermediários ou empresas que atendem ao setor de seguros e “isso está impulsionando uma consolidação significativa nesta parte do setor de seguros”. Ele acrescentou que, ainda assim, ainda há vários fundos de PE muito grandes e altamente profissionais que estão realmente interessados no setor de seguros e que eles continuam a ver o crescimento dos conglomerados regionais de seguros.
Interesse em insurtech diminuiu no primeiro semestre
Embora o setor de insurtech tenha visto investimentos significativos nos últimos anos, o interesse diminuiu no primeiro semestre deste ano.
Incerteza do atual cenário econômico
O motivo para a diminuição do interesse nas insurtechs, segundo o relatório, seria o fato de os investidores estarem cada vez mais nervosos devido à incerteza do atual clima econômico.
Parcerias entre insurtechs e seguradoras são uma rota mais provável
As avaliações de insurtech nos EUA continuaram a piorar em 2022. Em outras regiões, o crescimento do setor permanece modesto, com um número limitado de insurtechs nos mercados asiáticos, onde os requisitos iniciais de capital continuam sendo um obstáculo. O investimento em insurtech na Europa também teve atividade limitada, com parcerias entre insurtechs e operadoras tradicionais como uma rota mais provável para o crescimento, disse a Clyde & Co.
“Embora o aumento de empresas de insurtech encontrando financiamento e abrindo capital pareça promissor, o risco aumentado para essas empresas devido ao atual clima econômico permanece”, disse Marc Voses, sócio da Clyde & Co nos EUA. “Com mais de 450 insurtechs falhando na última década, o sucesso provou ser um clube exclusivo para muitos”.
Mercado empresarial brasileiro teve o maior desempenho dos últimos 25 anos
O Brasil registrou, em 2021, um total de 1.963 operações de M&A (Mergers and Acquisitions= Fusões e aquisições) no mercado empresarial geral, de acordo com estudos realizados pela KPMG, uma das maiores empresas de auditoria de todo o mundo. Esse número ultrapassou a marca do ano anterior em 59% e alcançou o maior desempenho nos últimos 25 anos.
Movimento enraizado na cultura nacional
Esse alto desempenho é, segundo especialistas, um movimento enraizado na cultura nacional recente, de forma que a tendência de alta nas operações de fusões e aquisições no país permanece para o presente ano, registrando-se, até o final do primeiro trimestre, o montante de 553 operações, número superior em 47,4%, quando comparado ao mesmo período de 2021
Mercado segurador ocupa 12ª posição no ranking
Para o mercado de seguros, o contexto não é diferente dos outros setores no quesito M&A . O setor desponta na 12ª posição no ranking de setores em que as operações dessa natureza se efetivaram recentemente, com um total de 33 operações de M&A em 2021 e notórias 13 operações contabilizadas apenas no primeiro trimestre de 2022.
Assim, com o mercado de fusões e aquisições aquecido e com a posição privilegiada do mercado brasileiro no qual seguradoras fecham compras bilionárias entre grandes players de mercado, o cenário para os próximos meses parece indicar números positivos e crescimento do setor.