O presidente do Sindseg PR/MS Altevir Prado mostrou a relevância do mercado segurador para representante da advocacia paranaense. O vice-presidente da OAB/PR Fernando Deneka respondeu: “O momento agora é de retomar muitas coisas e não tenho dúvida que um advogado que esteja segurado em todos os aspectos tem uma vida muito mais tranquila”.

Em audiência na OAB/PR esta semana, o presidente do Sindseg PR/MS Altevir Prado apresentou ao vice-presidente da OAB/PR, Fernando Deneka, um panorama econômico do mercado segurador, destacando os ramos mais significativos, as variações econômicas de maior impacto no setor e a importância do seguro de responsabilidade civil aos profissionais liberais, como advogados.

“Prestamos dois serviços à sociedade: primeiro oferecemos um produto que permite às pessoas se planejarem e terceirizarem seus riscos. Além disso, grande parte das reservas das seguradoras estão investidas em títulos do governo, financiando o Estado em suas necessidades. Cerca de 25% da dívida pública brasileira é financiada pelas reservas do mercado segurador”, disse Altevir.  

Em 2021 as seguradoras indenizaram no Brasil R$ 277 bilhões dos quais R$ 17 bilhões no Paraná. Existem 161 seguradoras em operação no país e 93 mil corretores, mercado que emprega 177 mil pessoas. No Paraná são 48 seguradoras e 18 mil securitários.

Altevir mostrou que o mercado segurador representa cerca de 4% do PIB, geralmente cresce acima da economia, mas que, em 2020, as seguradoras gastaram mais (296 bilhões) do que arrecadaram (271 bilhões). Déficit puxado pelas modalidades mais impactadas pela pandemia, dentre os quais saúde e automóvel.

“Prejuízo que não representa problema justamente pela solvência do setor que é um mercado altamente regulado e que tem reservas para suportar períodos críticos. Aqui a gente mostra para as pessoas, através das entidades que estamos conversando, a importância de fazer seguro com seguradora de verdade. Evitar o mercado paralelo que se apresenta na forma de associações ou cooperativas de proteção veicular porque atuam sem nenhuma regra de solvência, não fazem reservas e representam uma ameaça à sociedade”.

O vice-presidente da OAB Fernando Deneka disse que a entidade tem um olhar muito atento para o seguro. “Existe uma demanda muito grande para advogados especializados nesta área que buscam apoio da OAB/PR para cursos e atividades. Fora isso são matérias que afetam a sociedade em geral à medida em que o seguro envolve relação de consumo. Temos uma comissão especializada bastante atuante. A caixa de assistência da OAB tem convênios importantes com seguradoras. Já sobre o seguro de responsabilidade civil profissional de advogados ainda estamos engatinhando”.

“O momento agora é de retomar muitas coisas e não tenho dúvida que um advogado que esteja segurado em todos os aspectos ele tem uma vida muito mais tranquila. Qualquer ação de conscientização nós temos que caminhar junto com a caixa de assistência aos advogados da OAB/PR”, completou Deneka.

O presidente da Comissão de Direto Securitário da OAB/PR Luiz Assi informou que já houve uma tentativa da Comissão de estabelecer convênios para oferecer seguros de responsabilidade civil aos advogados em condições especiais.

Também presente na audiência, o diretor executivo do Sindseg PR/MS Ramiro Dias é a voz do Sindseg PR/MS na Comissão. Apoia a realização de seminários e faz palestras procurando alinhar o entendimento da advocacia e do judiciário sobre o contrato de seguro com a realidade do mercado. Ficou encarregado de dar sequência nos encontros com a OAB procurando difundir ainda mais a cultura do seguro aos profissionais do Direito.

Um olhar para alguns ramos do seguro

Altevir mostrou ao representante da OAB que a saúde suplementar responde por 38% do mercado segurador, seguido pelo seguro de pessoas que responde por 32% e pelos seguros gerais, com 19%.

O SUS gastou em torno de R$ 188 bilhões em 2021 e a saúde privada R$ 231 bilhões. De acordo com o dirigente do Sindseg PR/MS, neste ano de 2022 o mercado de saúde suplementar está deficitário porque vem de prejuízos com aumento de indenizações na pandemia e agora está pagando muitas cirurgias eletivas que ficaram represadas.

“Para se ter uma dimensão dos seguros patrimoniais, são 19 milhões de automóveis segurados e 11 milhões de residências. O maior desafio do mercado de seguro brasileiro é o residencial em que temos apenas um lar segurado de cada 10”, concluiu Altevir.