- Por O Estado Online – 18 de outubro de 2022 – 07:23
O Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima do Estado de Mato Grosso do Sul) revelou que entre os dias 1º de janeiro e 16 de outubro, o bioma Cerrado teve uma redução de 84,53% na área queimada e uma queda de 79,80% no bioma do Pantanal na comparação com o ano de 2021.
Além disso, de acordo com os dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), com a comparação do total de focos ativos detectados pelo satélite de referência em cada mês, no período de 1998 até 16 de outubro, o Estado consolidou os meses de agosto e setembro com os menores números de focos detectados na série histórica com 96 e 242 focos notificados respectivamente.
Conforme o Centro de Monitoramento, apesar de o bioma Cerrado ter tido a maior redução, a queda também foi registrada no bioma Mata Atlântica, que obteve redução de 56,43%, passando de 443 hectares em 2021, para 193 neste ano. Outro aspecto indicado no levantamento foi o de áreas protegidas queimadas. Quando se analisam as Unidades de Conservação do Pantanal e Cerrado, a diferença foi de 36,27%, passando de 37.150 hectares no ano passado para 23.675 hectares em 2022. Contudo, o mais significativo foi a Rede Amolar (Pantanal), que obteve uma diferença de 99,30%, saindo de 53.850 hectares, em 2021, para 375 hectares neste ano.
Tal redução também foi sentida pelas equipes do Corpo de Bombeiros Militar, que em 2021 tiveram de atender a 6.428 ocorrências de incêndios florestais e, neste ano, foram acionadas 3.947 vezes, o que representa uma diminuição de 38,60%.
Mesmo assim, entre os municípios mais afetados pelas queimadas, o destaque fica para a cidade de Corumbá com 65% dos casos, seguida por Porto Murtinho (20,3%) e Aquidauana (10,2%), que juntas concentram 95,5% dos focos de calor no Pantanal.
O CBMMS já está em atuação na região desde o dia 28/5/2022 e já foi empregado um efetivo de 851 bombeiros e bombeiras militares nas ações de prevenção e combate aos incêndios florestais.
Em nota, o Corpo de Bombeiros confirmou que tal redução foi motivada por alguns fatores, como as chuvas deste ano, que ajudaram na diminuição de eventos de fogo ativo na região no período mais crítico da operação, aliada com as atividades de prevenção com o apoio das equipes em base avançada, que conseguiam chegar mais rápido ao foco de calor quando acionadas.
“O CBMMS montou uma sala-situação que monitora 24h por dia os focos de calor ativos, tal instrumento estreita a comunicação entre o CBMMS e os proprietários dos imóveis rurais e tem por finalidade informar a real situação do local e tão logo se constate o foco de incêndio as equipes de combate são acionadas. Verifica-se que essa ferramenta é fundamental para que tanto o fazendeiro quanto as equipes do CBM possam iniciar o combate o mais cedo possível, mobilizando os recursos necessários para tal. De forma resumida não somente as chuvas ajudaram na diminuição dos focos de incêndio, os trabalhos preventivos e de treinamento que se iniciaram no ano de 2020 já começam a surtir efeito bem como os decretos estaduais que proíbem as queimadas nesta época crítica do ano”, informou a corporação em nota.
No país, relatório do MapBiomas indicou que Mato Grosso (1.398.995 ha), Pará (1.052.991 ha) e Tocantins (780.681 ha) foram os três estados com os maiores números de focos de incêndio em setembro.
Entre os biomas, o destaque ficou por conta do Cerrado, com 2.973.443 ha queimados, Amazônia com outros 2.600.747 hectares e Caatinga com 128.163 hectares tomados pelo fogo.
Chuvas trazem alívio para o Estado
A expectativa para os próximos dias é positiva. Segundo o Cemtec, até o próximo sábado (22) no Estado existe a probabilidade de acumulados significativos, acima de 50 mm/24horas com destaque para as regiões centro-sul e oeste do Estado.
Com isso, em grande parte do Estado, o risco de fogo está entre “mínimo” e “baixo”, exceto na região do Bolsão, onde há risco de fogo “crítico” para o dia 21 de outubro de 2022.
Mesmo assim, para os próximos meses existe a previsão da probabilidade de fogo para o trimestre, uma vez que grande parte do território de Mato Grosso do Sul encontra-se nos níveis de “Alerta” e de “Observação”, incluindo as regiões do Pantanal e sudoeste. Em contrapartida, as regiões sul e leste do Estado encontram-se em “Baixa Probabilidade”. (Com assessoria)