Correio do Estado – 06/03/2023 16h05 – ANA CLARA SANTOS
BR-487, que liga a BR-163 ao Estado do Paraná, foi esquecida pela União, mesmo com o outro trecho do outro lado da divisa novinho em folha e prestes a ser inaugurado – Eduardo Miranda/Correio do Estado
A BR- 487, que liga Mato Grosso do Sul ao estado do Paraná, na região sudeste de MS, está abandonada pelo governo federal, mesmo quando o plano é que ela faça parte dos trechos auxiliares da Rota Bioceânica.
A rodovia que se estende até o estado do Paraná, tem trechos onde a situação dos buracos é bem precária, especialmente quando passa pelo município de Itaquiraí, onde o asfalto tem buracos gigantes e a estrada não conta com sinalização adequada.
A estrada tem 80% da sua porção no Paraná, onde recebeu um recapeamento há dois anos, em 2021, o que não aconteceu do lado sul-mato-grossense, que inclusive ficou fora da lista de estradas que teriam prioridades para obras em MS. A listagem foi divulgada pelo Ministério dos Transportes.
Em fotos feitas pela reportagem do Correio do Estado, é possível observar que em muitos trechos o asfalto foi totalmente arrancado deixando grandes buracos de terra no meio da estrada, o que pode ter sido potencializado com as fortes chuvas que caíram em MS em janeiro e fevereiro.
A estrada faz parte da Rota em MS por sua ligação com a BR- 163 e BR-267, indo em direção ao município de Porto Murtinho. Aqui em MS, a rodovia ainda se estende por 40 km e cruza os portos Caiuá, em Naviraí e Figueira, em Itaquiraí.
De acordo com o divulgado pelo governo estadual, em 2021, o governo do Paraná realizou uma parceria com a Itaipu Binacional, com o investimento de R$ 223 milhões. O recapeamento fez parte de um conjunto de obras financiadas pela Itaipu Internacional, que investiu mais de R$ 1 bilhão, sem nem sequer haver planos para que as obras chegassem em MS.
Na época do lançamento das obras no lado paranaense da rodovia, o governador daquele estado, Carlos Massa Ratinho Júnior, disse que a o asfalto na BR era importante para o escoamento da produção. No entanto, dois anos após a pavimentação, o lado de MS dificulta o trânsito de grandes carretas que transportam os produtos produzidos aqui.
O escoamento da produção é uma das grandes preocupações quando se trata do descaso com esta rodovia, já que ela faz será parte auxiliar na Rota Bioceânica, ligando o Porto de Paranaguá, no Paraná, aos portos chilenos de Antofagasta e Iquique, passando por MS, pelo município de Porto Murtinho, onde a estrada está em construção.
Além do caminho não estar adequado para o escoamento da produção, os buracos e falta de sinalização também dificultam a passagem de carros de passeios, sendo que muitos motoristas saem no prejuízo por estragos causados pelas más condições da rodovia.
De acordo com o apurados pelo Correio do Estado, estrada não passa por uma grande reforma há anos e quem trafega por lá sempre encontra carros parados no meio do caminho por causa de algum estrago feito por algum buraco.
Ainda de acordo com o site, a estrada também não conta com acostamento em muitos pontos e a pintura e sinalizações também são precárias no local, fazendo com que graves acidentes possam acontecer.
Em contato com o Departamento Nacional de Insfraestrutura de Transporte (Dnit), não houve retorno sobre a situação da rodovia.