Revista Cobertura – Por 166 visualizações – 16/03/2023 as 18:16
Carol Rodrigues
O mercado brasileiro de seguros conheceu hoje (16/03), em evento realizado no Hotel Unique, em São Paulo, o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros, Previdência Aberta, Saúde Suplementar e Capitalização (PDMS).
O nome é extenso, assim como a magnitude do seu propósito. Afinal, se der certo, é um planejamento que pode mudar a participação do mercado de seguros no PIB do País e, sobretudo, contribuir com a disseminação da cultura do seguro e transforma a concepção do brasileiro quanto ao risco e irá impactar suas realidades.
Resultado da parceria das federações que compõem a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) – Fenseg, Fenacap, Fenaprevi e Fenasaúde – e da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor).
“Nosso setor tem sofrido com uma falta de conhecimento e da importância da indústria para o desenvolvimento econômico. Seguro é muito mais importante para quem tem menos renda do que para quem tem mais”, destacou Dyogo Oliveira, presidente da CNseg.
Ele ainda lembrou que o setor carecia de uma ação conjunta e é isso que o PMDS apresenta. “Precisamos nos engajar e remar na mesma direção. Plano foi estruturado dentro de uma visão moderna cujo foco é o consumidor”.
Segundo Oliveira, os três principais objetivos do plano são ampliar em 20% a população atendida pelos diversos tipos de seguro no País; ampliar as indenizações de 4,6% para 6,5% do PIB, e aumentar a receita do setor x PIB, de 6,5% para 10%.
“A iniciativa de promover o Plano vem em boa hora. O mercado de seguros é fundamental para a economia brasileira. Nós somos a oitava economia do mundo e apenas o 18ª no consumo de seguros. Existe uma discrepância que precisa ser corrigida”, acrescentou Armando Vergilio, presidente da Fenacor, que lembrou o fato de o PMDS ser um documento vivo, que vai agregar boas ideias e sugestões.
“O Ministério da Fazenda vê o mercado de seguros como fundamental para o País. Às vezes, o mercado é pouco visível para a população em geral, mas ele não é invisível para o Ministério da Fazenda. Sabemos muito bem a importância do setor para a economia brasileira porque possibilita a absorção eficiente de risco para a sociedade. Temos um grande desafio pela frente”, pronunciou Marcos Barbosa Pinto, secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda.
Ele ainda destacou o desafio de refazer o modelo do DPVAT, serviço considerado por ele como relevante para a população.
65 ações em quatro eixos
Os quatro eixos de trabalhos focados no desenvolvimento da imagem do seguro, nos canais de distribuição, nos produtos e na eficiência regulatória diagnosticaram 65 ações prioritárias com prazo de execução até 2030.
“Precisamos que todos os representantes da indústria se engajem. A indústria de seguros contribui de maneira decisiva para a qualidade de vida do brasileiro. Que tenhamos em 2030 motivo para comemorar o sucesso desse plano”, comentou o presidente da CNseg.
Alexandre Leal, diretor técnico e de Estudos da CNSeg e coordenador do PMDS, lembrou quatro grandes desafios, sendo que um deles independe do mercado, que é a distribuição de renda no Brasil.
“Temos o baixo conhecimento da população em geral do que é o seguro, os produtos para baixa renda e como distribuir e como cobrar. Inclusive, em como cobrar já temos uma luz no fim do túnel, pois algumas empresas já estão usando o Pix”.
Andrea Vairo, diretora de Clientes na Prudential no Brasil e representante do eixo da Imagem do Seguro, destacou a dificuldade da linguagem. “Precisamos colocar o consumidor no centro da nossa relação e fazer o novo branding do nosso mercado, além da simplificação da linguagem”, disse Andrea ao citar como exemplo o termo prêmio, comumente conhecido como algo que a pessoa ganha e que no mercado significa o pagamento do seguro.
Jonson Marques, diretor comercial da MAPFRE, representou o eixo dos canais de distribuição. “É necessário revisar protocolo de venda on-line para expandir atuação em outras praças ou na população de baixa renda, investir em incubadoras de tecnologia de forma unificada; organizar a base de dados dos corretores; aprimorar o estudo de ramos que estão dentro do Open Insurance; estabelecer parcerias com a ENS para capacitar intermediários e colaboradores”, citou Marques.
Dentre os pontos no âmbito da regulação, Gustavo Genovez, superintendente atuarial da Mitsui Sumitomo Seguros, citou a autorregulação dos corretores de seguros.
No eixo de Produtos, que contempla 37 das 65 iniciativas, Angelica Carlini, sócia e diretora da Carlini Sociedade de Advogados, exemplificou ações voltadas às quatro federações. “Há um tema transversal que afeta as quatro federações. Precisamos conceituar e avaliar o potencial de adesão do embeded insurance ou seguro embarcado”.