Revista Apólice – Ultima atualização 23 de março de 2023
EXCLUSIVO – De acordo com a pesquisa Global Tech Report 2022, realizada pela KPMG, a maioria (64%) dos executivos brasileiros entrevistados pretende direcionar esforços e investimentos em tecnologia para incrementar a experiência do consumidor ao longo de 2023. O estudo ouviu mais de 2200 especialistas, que projetam um prazo de dois anos para que a maioria das empresas adotem as principais plataformas de tecnologia emergente.
No mercado de seguros, essa tendência não poderia ser diferente. O segmento vem buscando se adaptar junto a diversas indústrias para atender as necessidades e preferências dos clientes. “Soluções digitais que permitam uma melhor jornada na plataforma, esclarecimento de dúvidas, rápido agendamento e realização de teleconsultas, por exemplo, são fundamentais para acompanhar os avanços tecnológicos e promover a melhor experiência ao segurado”, afirma Wilson Leal, diretor de Mercado e Tecnologia da Seguros Unimed.
A pesquisa da KPMG também constatou que quase metade (48%) dos executivos brasileiros ouvidos pelo estudo acredita que os principais impulsionadores da transformação digital de uma companhia são melhorar a agilidade e garantir a modernização da empresa. Para Alexandre Muniz, diretor e vice-presidente de TI e Operações da Generali Brasil, a tecnologia auxilia não só no desenvolvimento de novos produtos, mais adequados à realidade que os clientes vivem, mas também em sua própria experiência de compra e uso do seguro. “É por isso que algumas insurtechs têm impulsionado o setor a estar sempre atento às novas tecnologias, proporcionando maior facilidade não só para o consumidor, mas também para a própria companhia. Isso faz com que haja otimização dos processos burocráticos e melhoria de todo o ecossistema”.
Na Zurich, aproximadamente 50% das consultas e transações simples solicitadas pelos clientes são atendidas por algum canal digital ou híbrido (um atendimento combinado digital-humano), e 20% das transações um pouco mais complexas, como um aviso de sinistro, também são atendidas online. “O uso de tecnologia também tem tido um papel fundamental junto aos clientes corporativos, com quem atuamos intensamente na prevenção de riscos. Nossos serviços de avaliação de riscos de alagamentos e o Zurich Risk Advisor, um aplicativo gratuito em que o próprio cliente pode fazer uma avaliação de seus riscos, são bons exemplos nesse sentido”, diz Marcelo Alvalá, diretor executivo de Operações & Tecnologia da seguradora.
O Global Tech Report 2022 apontou que todos os participantes, brasileiros e estrangeiros, afirmaram que os esforços de transformação digital tiveram impacto positivo sobre o lucro ou sobre o desempenho da companhia nos últimos 24 meses. Alvalá reforça que os investimentos em tecnologia não somente trazem crescimento no negócio, mas também eficiência de custos em processos suscetíveis de digitalização. “Na captação de novos negócios, a eficiência que entregamos para os corretores através da digitalização faz com que seja mais fácil vender e gerenciar o portfólio, assim agregamos valor para o dia a dia do parceiro”.
O levantamento indicou ainda que a maior parte dos líderes brasileiros (68%) e globais (53%) entende que, em suas organizações, as mudanças de TI corporativa, como a implementação de atualizações de um software ou a adoção de novos recursos e funcionalidades, são adotadas de forma relativamente rápida, mas de acordo com um plano e um cronograma traçados previamente. Segundo Paulo Hussar, head de Transformação de Negócios da MetLife, o planejamento estratégico deve estar alinhado com as necessidades de negócio. “Hoje o mundo exige que sejamos cada vez mais ágeis e assertivos. Por isso, no ano passado, a seguradora melhorou a metodologia de implementação de projetos para formato de squads ágeis, trazendo uma série de ganhos para o negócio e mais flexibilidade. Com essas mudanças, já foi possível identificar melhorias nos projetos entregues e uma maior sinergia entre times”.
Outros 74% dos parcitipantes brasileiros da pesquisa da KPMG relatam que a migração de cargas de trabalho estratégicas para a nuvem está em andamento em suas respectivas organizações. “Na minha opinião, não há como as empresas, inclusive as seguradoras, não utilizarem cloud computing para serviços essenciais, como data lakes, armazenamento de imagens, computação escalável e agilidade na criação de novos ambientes”, diz Leal. O executivo ressalta que, dessa forma, é gerada uma facilidade na adoção de tecnologias mais avançadas, como Machine Learning e análise de imagens.
Pensando no mercado de seguros, Muniz acredita que a simplicidade nos processos, com a diminuição da burocracia com a digitalização e o uso da Inteligência Artificial, estará cada vez mais presente na rotina dos players do setor. “Acreditamos que o atendimento personalizado ao cliente, com o oferecimento de produtos que atendam às principais necessidades, é algo que está crescendo e vai crescer ainda mais. Além disso, também há a necessidade de promover a agenda ESG para que o segmento avance ainda mais nessa discussão”.
Nicole Fraga
Revista Apólice