Revista Apólice – Data de publicação 29 de março de 2023
É inegável que a pandemia de Covid-19 mudou a vida das pessoas de muitas formas, criando modelos de trabalho, alterando o jeito como nos relacionamos e, até
mesmo, a maneira como pensamos sobre o futuro.
Nesse sentido, a pandemia fez muitas pessoas começarem a pensar em como a família ficaria caso um dos provedores da casa falecesse.
Elas pararam de pensar em seguro de vida como um “agouro”, e passaram e vê-lo como um elemento importante para a segurança familiar, capaz de trazer sustento por um período até que os demais integrantes da família consigam se organizar, sem perderem a qualidade de vida.
A prova disso tudo é que a contratação de seguros de vida individuais cresceu 17,8% em 2022, segundo dados de março da Susep (Superintendência de Seguros Privados). Só que a grande questão é que as empresas começaram a ter o mesmo pensamento, passando a contemplar esse serviço com mais frequência.
Antigamente, as empresas brasileiras só ofereciam esse tipo de seguro nas atividades em que há comprovadamente riscos de vida, como setor de Óleo & Gás e Construção Civil, por exemplo. Mas a pandemia mudou tudo isso.
Estamos vendo com cada vez mais frequência companhias oferecendo seguro de vida como um elemento a mais para seus colaboradores, mesmo que as atividades desempenhadas diariamente não sejam de risco.
É verdade que se formos comparar o mercado brasileiro com o norte-americano, por exemplo, vamos ver que ainda estamos muito atrás e que existe uma longa estrada pela frente.
Entretanto, é perceptível como as empresas brasileiras estão mudando seu posicionamento sobre esse produto. Vemos isso diariamente, com as áreas de RH procurando adequar os tipos de assistências, entender melhor as coberturas, dentre outros pontos.
Aos poucos, os seguros de vida estão deixando de ser uma commodity dentro da carteira de saúde para assumir um papel de protagonismo dentro das carteiras de vida.
Além disso, essa modalidade passa a ser um elemento estratégico para os recrutadores, pois será muito importante na hora de atrair e reter talentos, sendo considerado um diferencial estratégico na hora da escolha do candidato.
É fundamental destacar que o mercado vem mostrando que o seguro de vida pode ser usado também em vida. Além da cobertura por morte, outras opções se destacam, como:
– Doenças graves;
– Seguro resgatável;
– Cobertura para despesas médicas e hospitalares;
– Diárias por incapacidade temporária ou invalidez.
O mais importante de tudo é que esse movimento é de curto prazo, obrigando as empresas a correrem, sob o risco de ficarem fora das tendências de mercado.
Sem sombra de dúvidas, o seguro de vida entrou em um novo momento no mercado de seguros, conquistando seu espaço, sem dar sinais de que isso será algo passageiro.
* Por Telma Nagano, diretora de Vida e Produto da WTW