CQCS – Notícias | 18 de abril de 2023 | Fonte: Extra
Produto tem custo anual correspondente a 25% a 30% do preço do veículo. Veja cuidados para contratar apólice
O volume de motocicletas seguradas aumentou 43% no país, de dezembro de 2020 a junho de 2022, de acordo com a Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg). A proteção, que sempre foi considerada cara pelos motociclistas — já que o custo anual varia de 25% a 30% do preço da moto—,virou prioridade no orçamento de muitos neste período.
— Com a pandemia da Covid-19, aumentou muito a demanda pela entrega, não só de comida, mas de mercadoria em geral. Por isso, houve também facilitação de financiamentos de novos veículos. E a expansão da atividade de delivery cresceu a procura pelo seguro de moto — explica o professor Evandro Bapstini, da Escola de Negócios e Seguros.
Na Santander Auto, foram vendidos 21.722 seguros de motos em 2021 e 56.855 seguros em 2022. E continua a crescer: são 14.778 apólices vendidas até 31 de março deste ano, com tendência de superar o resultado do ano passado em pelo menos 10%. O CEO Denis Ferro relata:
— Em 2022, tivemos recorde de participação de motos em nossa carteira. O segmento passou a representar o mix de 40% das nossas vendas novas, índice jamais atingido anteriormente — diz Denis, acrescentando aos motivos já listados para o aumento da contratação da proteção: — A preocupação com valores das peças para reparos das motos e o crescimento no índice de roubo no país.
Além da Santander Auto, a proteção é encontrada em seguradoras como Mapfre, Allianz, Tokio Marine, Porto Seguro e Suhai. Há variações nos contratos, por isso o EXTRA traz, ao lado, dicas do advogado especialista em Direito do Consumidor Daniel Blanck, para fazer a melhor escolha. Mas há também algumas características bem comuns nas apólices.
— As coberturas mais disponibilizadas são colisão, incêndio e roubo e furto, que compreendem o seguro compreensivo, popularmente chamado de seguro total — diz Marcelo Sebastião, presidente da Comissão de Seguro Auto da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg).
Há, no entanto, coberturas menores. E apólices com mais benefícios, como assistência 24 horas e cobertura a danos causados a terceiros.
Mercado em expansão
Carlos Alberto Mariano, de 61 anos, é morador de Niterói, na Região metropolitana do Rio, e possui moto há cerca de 15 anos. Como se divide entre três ocupações — fisioterapeuta, professor de educação física e é o mestre Teixeirinha, de Jiu Jitsu — usa muito a moto para se deslocar entre os locais de trabalho. O motivo que o levou a fazer o seguro para o veículo foi evitar prejuízo maior, com a falta de segurança onde mora. Mas acabou já acionando a seguradora por outro motivo: enquanto estava pilotando, um carro o atingiu.
— O seguro foi acionado para o deslocamento da moto. Deu tudo certo — lembra.
Apesar do crescimento nas vendas desse seguro, as motos representam 6% do total de veículos segurados.
— A expectativa é de alta nas contratações do seguro de motos, pois o mercado está aquecido e as pessoas buscam proteger seus bens — pontua Marcelo, da Fenseg.
Veja dicas para contratar
Fonte: Advogado especialista em direito do consumidor Daniel Blanck
– Pontos de atenção na escolha
Pesquise as opções de seguro disponíveis: compare preços, coberturas e condições antes de tomar uma decisão.
Verifique a reputação da seguradora: o consumidor pode pesquisar sobre a empresa na internet, verificar se ela está registrada na Superintendência de Seguros Privados (Susep) e consultar o ranking das seguradoras mais bem avaliadas.
Entenda as coberturas e as exclusões do seguro: leia atentamente as condições gerais do seguro para evitar surpresas em caso de sinistro.
Avalie as necessidades de cobertura: contrate um seguro que atenda as suas necessidades. É importante lembrar que um seguro com coberturas mais amplas pode ter um custo mais elevado.
Verifique o prazo de vigência do seguro: isto para que ele não expire sem que seja renovado.
Guarde todos os documentos relacionados ao seguro: a apólice, as condições gerais e os comprovantes de pagamento devem ser conservados para servir de prova dos seus direitos em requisições futuras e contestar descumprimentos do acordo. Mantenha também um registro de todas as comunicações com a seguradora para ter um histórico detalhado em caso de problemas futuros.
– Entenda os termos dos contratos
Franquia: é o valor que o segurado precisa pagar em caso de sinistro e varia de acordo com a cobertura contratada.
Assistência 24 horas: muitas seguradoras oferecem serviços de assistência 24 horas, como guincho, chaveiro, troca de pneus, entre outros.
Período de carência: é o tempo que o segurado precisa esperar após a contratação do seguro para utilizar determinadas coberturas.
Exclusões: são as situações em que a seguradora não irá arcar com os prejuízos.
– Principais queixas e como evitar
Falta de cobertura para situações específicas: problemas podem ocorrer quando uma situação específica não é coberta pelo seguro e o segurado não percebeu isso ao contratá-lo.
Dificuldade de acionar o seguro: problemas podem ocorrer quando a seguradora dificulta o processo de acionamento ou demora para realizar os procedimentos necessários.
Valor da indenização abaixo do esperado: para evitar problemas, é importante que o segurado verifique com antecedência como é calculado o valor da indenização.
Atraso no pagamento de indenizações: é importante verificar o histórico da seguradora em relação a pagamentos de indenizações antes de contratar o seguro.
Falta de transparência nas informações: a seguradora deve fornecer informações claras e precisas sobre as condições e coberturas do seguro, além de responder a todas as dúvidas do segurado.