Revista Cobertura – Por – 63 visualizações – 18/04/2023 as 21:18

De acordo com o especialista, detalhes importantes podem passar despercebidos pelos gestores dos escritórios, vindo a comprometer a eficácia do seguro empresarial

Contratar uma apólice de seguros nem sempre é uma tarefa fácil. Quando se fala em proteção para empresas como, por exemplo, grandes escritórios de advocacia – o escopo de cuidados é ainda mais complexo. De acordo com o especialista em seguros Luiz Eduardo Halembeck, sócio fundador do Grupo Halembeck Seguros, muitas falhas na seleção e valor das coberturas ocorrem por falta de conhecimento sobre o assunto ou correta avaliação dos riscos envolvidos.

“Há uma falha na divulgação da importância da cultura de seguros no Brasil. Os profissionais liberais, de maneira geral, o que inclui os advogados, saem das cadeiras acadêmicas sem uma perspectiva sobre a aplicabilidade das diversas modalidades de seguros como mecanismo para manter e proteger o patrimônio, com destaque para os seguros empresariais e de responsabilidades”, analisa Halembeck.

Outro ponto que ele destaca como ponto de atenção é a área responsável pela contratação do seguro. “Normalmente essa tarefa é delegada para um funcionário da área administrativa ou de compras, quando, na verdade, deveria ser de responsabilidade de um Sócio. É primordial o entendimento integral sobre o que está sendo contratado na apólice, pois “É bem diferente ter uma apólice de seguro e estar seguro quanto à apólice que se tem.”

Como fazer a escolha do seguro mais adequado?

Halembeck aponta que é preciso ter consciência dos riscos e a correta seleção das coberturas visando a transferência do risco à Seguradora.

Luiz cita como exemplo a cláusula de rateio, que, segundo ele, acaba sendo negligenciada no início ou esquecida com o passar dos anos. “Principalmente nos casos em que o segurado não atualiza o valor da cobertura básica que engloba incêndio, queda de raio e explosão com base no custo de reconstrução do m2 somando ao valor do conteúdo que é comum haver alterações”, enfatiza.

Em relação ao seguro de responsabilidade civil de operações o especialista reforça que é imprescindível avaliar a exposição do segurado nos ambientes nos quais o escritório esteja inserido. “Ou seja, qual o risco de ter que reparar prejuízos causados a terceiros em eventuais incidentes que possam acontecer nas instalações da empresa que é ocupada pelo segurado. Como exemplo, podemos citar no caso de um incêndio, nos quais a fumaça gerada ou água utilizada de combate venham a gerar danos nas unidades vizinhas. Ou até mesmo um vazamento acidental de água que venha a prejudicar o condomínio, como por exemplo elevadores, que representa perdas elevadas”.

Orientação adequada

Para o especialista, o corretor de seguros desempenha um papel fundamental nesse processo. “Um profissional com bom conhecimento técnico irá orientar quanto ao enquadramento adequado e a correta seleção das coberturas”.

A seguir, confira as cinco dicas oferecidas pelo especialista para os escritórios de advocacia terem a proteção patrimonial mais assertiva:

  1. Avalie com frequência o valor de reconstrução do imóvel disponibilizado pelas Seguradoras ou publicações pelo setor de construção civil, sempre atentando ao valor por m² diante da área construída;
  2. O inventário com valores atualizados é fundamental para definir o valor da cobertura para o conteúdo;
  3. Diante do padrão do imóvel onde o escritório esteja instalado, analise o perfil da vizinhança, visando a correta análise do valor da cobertura de Responsabilidade Civil;
  4. Analise as exigências dos contratos de locação do imóvel que, muitas vezes, tratam os valores segurados de forma incorreta priorizando o valor do prédio com cláusula beneficiária ao proprietário, esquecendo da cobertura do conteúdo e da cobertura de aluguel;
  5. Preocupe-se com os danos à imagem do escritório contratante do Seguro, para que não fique exposto em caso de sinistro. “Isso pode se agravar ainda mais pelas repercussões em decorrência de uma apólice mal desenhada”.