Bem Paraná – Rodolfo Luis Kowalski | 29/05/2023 às 23:00
A cada dois dias, três pessoas morrem em acidentes de transporte envolvendo algum ônibus ou outro veículo de transporte pesado, como caminhões. Assim foi nos últimos cinco anos, período no qual o Paraná foi o segundo estado brasileiro com mais mortes registradas nesse tipo de ocorrência, respondendo por mais de 10% de todos os registros no país. Os dados são do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Conforme o levantamento, entre 2018 e 2022 um total de 21.750 pessoas faleceram em acidentes com ônibus ou veículos pesados em todo o país. O estado com mais óbitos foi São Paulo, com 3.473 registros (16% do total), enquanto o Paraná aparece logo em seguida, com 2.909 mortes (13,4%) e tendo uma vantagem considerável para o terceiro e quarto colocados no ranking, os estados de Minas Gerais (2.266 falecimentos) e Santa Catarina (1.707).
A boa notícia, por outro lado, é que o contingente de mortos teve queda no último ano, tanto nacionalmente como localmente. No Brasil, 3.948 pessoas morreram em acidentes desse tipo em 2022, o que representa uma queda de 11,7% na comparação com o ano anterior, quando houve 4.471 óbitos em acidentes com ônibus e caminhões.
Já no caso paranaense, essa redução foi menos expressiva, de 6,3%, com o número de óbitos passando de 587 num ano para 550 no outro. Em quatro dos cinco anos analisados, inclusive, o Paraná foi a segunda unidade da federação com mais ocorrências no país, atrás apenas de São Paulo. A exceção foi 2018, quando o estado sulista, com 569 ocorrências, foi o campeão de mortes no país (superando o vizinho paulista, que teve 552 mortes em acidentes com ônibus e caminhões naquele ano).
Duas ocorrências graves no fim de semana
O Paraná registrou neste final de semana duas ocorrências graves envolvendo ônibus, que resultaram na morte de quatro pessoas. A primeira situação ocorreu na PR-340, em Tibagi, na região dos Campos Gerais. Na noite da última sexta-feira, um ônibus que fazia a linha de Curitiba a Telêmaco Borba acabou colidindo lateralmente contra um caminhão que vinha no sentido contrário. Dois passageiros do ônibus, um missionário americano de 20 anos (Izaak Card) e um jogador de futsal de 16 (Pietro Machado Meireles), faleceram por causa do acidente. Além disso, um jovem de 22 anos também ficou ferido gravemente.
Já na noite de domingo, outra ocorrência grave foi registrada na BR-116, em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. No caso, um Fiat Uno branco entrou na estrada pela contramão e bateu num ônibus que transportava 18 pessoas. Os dois veículos saíram da estrada e caíram num barranco, numa situação que deixou duas pessoas mortas e outras 19 feridas.
Motociclistas e ocupantes de automóvel são as principais vítimas desses acidentes
Os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) permitem, ainda, descobrir quem são as principais vítimas dos acidentes envolvendo ônibus e veículos pesados. No Brasil, em 2022, 1.265 dos 3.948 mortos (32% do total) em ocorrências desse tipo eram motociclistas e 1.102 (27,9%), ocupantes de automóvel. Na sequência aparecem ainda os ocupantes de veículo pesado (695 mortes), pedestres (493 óbitos), ciclistas (181) e ocupantes de ônibus (109).
Já no Paraná, o cenário é um pouco diferente. Isso porque as principais vítimas das ocorrências envolvendo ônibus e caminhões foram ocupantes de automóvel, com 215 mortes entre os 550 óbitos nesse tipo de situação (o equivalente a 39,1% do total). Os motociclistas aparecem na sequência, com 140 falecimentos (25,5%), seguidos pelos ocupantes de veículos pesados (96 mortes), pedestres (51), ciclistas (23) e ocupantes de ônibus (15).
RÁPIDA
História do Maio Amarelo
Maio foi escolhido para concentrar as ações de atenção no trânsito. Foi neste mês, em 2011, que a ONU propôs a Década de Ação para Segurança no Trânsito, visando conscientizar a sociedade sobre os altos índices de acidentes em ruas, estradas e rodovias. Desde então, cidades do mundo todo promovem campanhas para incentivar técnicas de direção defensiva, o respeito ao próximo e às normas de trânsito.
No Brasil, as campanhas acontecem desde 2014, sendo esta a décima edição do movimento, que conta com o apoio de órgãos públicos, empresas privadas e da sociedade em geral. O amarelo foi escolhido por simbolizar a atenção no trânsito e também por ser uma cor de advertência.