Revista Apólice – Data de publicação – 13 de junho de 2023
EXCLUSIVO – Com mais pessoas preocupadas com o planejamento financeiro, a previdência privada ganhou mais evidência nos últimos anos. Segundo dados divulgados pela FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), o setor arrecadou R$ 39,3 bilhões no primeiro trimestre de 2023, alta de 4,9% em relação ao mesmo período de 2022.
“Acreditamos que contratar uma previdência privada é não apenas investir no futuro, mas também despertar na sociedade a consciência para a importância da educação financeira. É importante lembrar que os planos podem ser contratados não somente para fins de aposentadoria, mas também como ferramenta para a realização de sonhos e projetos de médio ou longo prazos, como custear a faculdade de um filho, um intercâmbio no exterior, um MBA, o impulso inicial de algum negócio ou mesmo propiciar a aquisição de um imóvel”, afirma Marcelo Rosseti, superintendente executivo da Bradesco Vida e Previdência.
Para Rosseti, fatores como o cenário econômico, os imprevistos causados pela pandemia, o aumento da longevidade, as mudanças no mercado de trabalho e as alterações nas regras da previdência pública do Brasil tendem a levar as pessoas a refletir mais profundamente sobre o nível de proteção de que dispõem atualmente e como atuar para melhorá-lo. “Nesse contexto, é esperado que haja uma maior procura por investimentos que propiciem a construção de um planejamento financeiro de longo prazo consistente, o que certamente inclui um plano de previdência privada”.
De acordo com o levantamento da entidade, no primeiro trimestre de 2023 os resgates totalizaram R$ 34,0 bilhões, alta de 9% em relação ao mesmo período de 2022. Subtraindo-se os resgates da captação bruta, a captação líquida dos planos de previdência privada aberta nos três primeiros meses deste ano foi de R$ 5,3 bilhões. Já os ativos do setor somam R$ 1,26 trilhão, o que equivale a, aproximadamente, 12,5% do PIB.
A FenaPrevi também apontou que do montante arrecadado pelo mercado, 91,3%, ou R$ 35,9 bilhões, foram em VGBL. Carlos Gondim, diretor de Vida e Previdência da Porto, explica que a modalidade é mais indicada para quem declara no modo simplificado, ou já contribui no limite dos 13% da renda bruta anual em PGBL. “Uma grande vantagem do VGBL é que pode ser utilizado para planejamento sucessório, pois é possível determinar quem serão as pessoas que receberão o dinheiro que sobrar após a sua falta. Ao contrário de seus outros bens, os recursos aplicados nesse tipo de plano não entrarão no espólio nem no inventário”, diz o executivo.
O levantamento também permite acompanhar os planos de previdência privada aberta conforme o tipo de contratação. Os resultados apontaram que 80% dos planos comercializados foram de contratação individual e 20% de contratação coletiva. Ao analisar o montante arrecadado de acordo com o tipo de contratação, a pesquisa indicou que 9% do total do resultado dos três primeiros meses de 2023 foram aportados em planos coletivos e 91% nos individuais, dos quais 2% dos recursos foram destinados a planos para menores de idade.
Segundo Gondim, para que o segmento continue crescendo, é fundamental que as empresas tenham cuidado com a saúde financeira dos clientes e ofereçam produtos que beneficiem essas pessoas, fazendo com que elas se sintam cada vez mais seguras e instigadas a cuidarem de suas finanças. “Os últimos anos mostraram uma maturidade de perfil do investidor brasileiro, onde os clientes aumentaram leque de produtos para o planejamento financeiro e a previdência vem com uma visão complementar e de longo prazo para seus investimentos”.
Nicole Fraga
Revista Apólice