Revista Cobertura – Por 43 visualizações – 16/06/2023 as 07:52 – * por Raquel Silva
As pessoas mudaram a forma como se deslocam pelas cidades. O trânsito, muitas vezes caótico, o alto custo de veículos e a busca por uma vida mais saudável está levando muitas pessoas a trocarem os carros pelas bicicletas.
Não existem dados oficiais, mas os números disponíveis mostram esse crescimento. Por exemplo, os contadores utilizados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), em São Paulo, localizados na Avenida Faria Lima (zona sul da Capital) e na Rua Vergueiro (centro de SP) mostraram que de janeiro a fevereiro deste ano, houve um crescimento de 14% no trânsito de bicicletas se comparado com o mesmo período de 2022. Mais de 270 mil circulara passaram por lá em dois meses.
Podemos até partir de que isso, dadas as devidas proporções, é algo nacional. Dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), de 2021, indicam que existem mais de 70 milhões de bicicletas no país. Mais do que isso, também somos o quarto produtor mundial desse meio de transporte, com uma produção anual de, aproximadamente, 2,5 milhões de unidades, incluindo as infantis.
Mas, juntamente com esses números, outros também começam a crescer: o de roubo e furtos de bicicletas. Dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, obtidos pela Associação Brasileira do Setor de Bicicletas, mostraram que houve um aumento de 13% no roubo e furtos de bicicletas na capital paulista em 2022.
Dependendo do modelo, a bicicleta pode custar mais de R$ 10 mil reais. Isso quando falamos das “normais”, pois quando falamos das esportistas, isso pode chegar a mais de R$ 100 mil.
Por causa desse cenário, estamos vendo um movimento novo no mercado de seguros, que é o crescimento desse produto para bicicletas. Para se ter uma ideia, a WTW lançou em dezembro de 2022 o seguro de bicicletas e já registramos um crescimento de 15% no trimestre.
É verdade que os seguros para bicicletas ainda representam uma fatia muito pequena da nossa carteira, onde o seguro para carro continua liderando com mais de 70% do volume de negócios.
Mas até o final do ano os seguros para bicicletas devem seguir crescendo e ocupando posição de destaque. Esse movimento acaba sendo algo natural, pois ele está diretamente associado à sensação de segurança.
No passado, não era comum ter seguros para carro, pois era muito difícil eles serem roubados ou furtados. Atualmente, isso mudou e as pessoas consideram os seguros para automóveis algo fundamental, principalmente nas grandes cidades.
Acredito que, em pouco tempo, teremos esse mesmo pensamento no que tange nossas bicicletas, onde os proprietários considerarão os seguros algo imprescindível. São Paulo, por exemplo, já está começando a ter esse pensamento.
Tanto que já existem diversas opções de cobertura, como contra acidentes e responsabilidade civil escolhidas de acordo com a necessidade do ciclista.
A vantagem é que esses seguros são mais baratos do que outros, como o de carros, por exemplo, mantendo a atratividade por esse modal de transporte.
Agora, mais do que pedalar com segurança torna-se necessário também pedalar com seguros.
* Raquel Silva é Diretora de Affinity e Parcerias – WTW