Revista Apólice – Data de publicação – 22 de agosto de 2023
Entre o surgimento de novas soluções tecnológicas, movimentações no mercado com aquisições e fusões, desenvolvimento de infraestruturas das cidades portuárias, o cenário portuário brasileiro vive uma constante evolução. E, consequentemente, essas mudanças são responsáveis também por novos riscos, que adicionam mais responsabilidades e possíveis ameaças.
Com o crescimento do setor, que vem acompanhado do desafio de prever e reduzir possíveis perdas, é natural ter um aumento da exposição de riscos, ter mais operações complexas e significativas com a constante necessidade da intensificação da gestão de riscos e a implementação de novos procedimentos. Isso faz com que os terminais portuários, por exemplo, adotem abordagens proativas de gestão de riscos, o que inclui a implementação de medidas de segurança, o desenvolvimento de planos de contingência para desastres naturais, o cumprimento de regulamentações de segurança de substâncias perigosas, o fortalecimento da segurança física, a adoção de protocolos de saúde e o monitoramento constante de mudanças regulatórias e comerciais.
Existe também a possibilidade de acidentes catastróficos, que não apenas promovem novas dimensões para a gestão de riscos portuários, mas também desencadeiam mudanças significativas nas políticas internas e como as ferramentas de gerenciamento de risco são criadas e colocadas em prática.
A IMO (International Maritime Organization) estabelece diretrizes para garantir a segurança das embarcações e dos portos em escala global e o Plano de Segurança Pública Portuária organiza e ajuda na implementação de ações, garantindo que os portos brasileiros estejam em conformidade com o ISPS Code e atendam aos padrões internacionais de segurança portuária.
A colaboração e coordenação entre os diferentes atores envolvidos são essenciais para garantir a eficácia e a eficiência do plano e, assim, proporcionar ambientes portuários seguros e protegidos contra possíveis ameaças, por isso, é fundamental o diagnóstico para identificar o impacto nas operações e responsabilidades no gerenciamento estratégico de risco, que aponta os principais desafios e implicam em planejamento do gerenciamento de risco adequado e execução eficiente de normas e operacionais das organizações e a garantia da análise e controle de todo o processo.
Uma gestão de riscos considerada sustentável deve ser capaz de adequar o nível da gestão estratégica do risco para redução de suas vulnerabilidades. Por meio dela, as respostas são imediatas com seguros desenhados adequadamente (coberturas, limites, condições gerais e particulares) e desencadeia em mudanças fundamentais com novo entendimento das políticas internas e, como resultado, irá promover novas ferramentas de gerenciamento de risco, aperfeiçoamento e adequações indispensáveis a todo programa de seguros.
* Por Simone Ramos, superintendente de Portos e Logística da Lockton Brasil