A frota de veículos no Paraná cresce em média 3% ao ano. Em 2018 existiam 7.214.384 veículos cadastrados em circulação e, em 2022, chegou a 8.112.645, segundo dados do Detran-PR. A maior parte da frota é composta por veículos entre 11 e 20 anos de uso.

O número de acidentes registrados no Paraná oscilou bastante, com forte aumento nos últimos dois anos. Em 2017 foram 36.134 colisões, reduziu consideravelmente em 2018 para 33.236, subiu em 2019 para 36.261, depois já em ano de pandemia, em 2020, caiu para 33.951, apresentou uma grande alta em 2021, com 38.451 acidentes, e apresentou novo aumento, em 2022, totalizando 43.081 colisões.

O número de vítimas fatais praticamente acompanhou as variações do número de acidentes com exceção da passagem de 2021 para 2022 em que, apesar do aumento dos sinistros, as vítimas fatais diminuíram de 1782 para 1757 no Paraná.

Em entrevista exclusiva para a TV Sindseg PR/MS, o diretor geral do Detran-PR Adriano Furtado lembrou que o mundo inteiro segue mobilizado para reduzir a letalidade do trânsito. Ele explicou que a Primeira Década de Ação pela Segurança no Trânsito, estipulada pela ONU foi estabelecida em 2010 e compreendeu o período de 2011 a 2020. O compromisso foi renovado em outubro de 2021, em Genebra, com a ambiciosa meta de prevenir ao menos 50% das mortes e lesões no trânsito até 2030.

“A grande vitória de tudo isso é nós termos um plano nacional, uma cartilha de atuação para toda a administração pública incentivando ações com a iniciativa privada em seis eixos definidos e 154 ações que, se trabalhadas articuladamente, certamente trarão o resultado”.

Ele destacou que nas rodovias federais já houve uma redução de vítimas fatais significativa, “saímos de quase 9 mil mortes anualmente no Brasil para cerca de 5.400 em 2020”. Segundo ele, essa diminuição se dá pela ampliação do debate sobre trânsito com a sociedade e um conjunto de ações. “A redução de velocidade, adequação das vias, ampla sinalização, o comprometimento das pessoas, as campanhas e a fiscalização, que tem que acontecer”.

Na Semana Nacional do Trânsito celebrada todos os anos entre os dias 18 e 25 de setembro, o presidente do Sindseg PR/MS Altevir Prado afirmou que o sindicato continuará participando ativamente das campanhas de prevenção de acidentes em parceria com os órgãos de trânsito e ONGs de segurança viária.

“Nós mantemos uma parceria permanente com o Observatório Nacional de Segurança Viária, através do programa Laço Amarelo, divulgando semanalmente em nossas redes sociais informações relevantes sobre prevenção de acidentes. Além disso já participamos de dezenas de campanhas do Maio Amarelo e da Semana Nacional do Trânsito, com blitz educativa e várias outras ações”.

Segundo Altevir Prado, a redução de sinistros além de impactar positivamente o negócio das seguradoras, existe uma preocupação social do mercado. “As seguradoras já têm uma atuação direta nos acidentes ajudando a remediar as consequências com as indenizações do seguro auto, seguro saúde e vida. Mas evitar que os acidentes aconteçam é algo muito maior, uma preocupação que envolve toda a sociedade, evita perdas e sofrimento desnecessários e tem o condão de promover justiça social e desenvolvimento econômico”, completou.

Seguros e trânsito

Um levantamento da Comissão Interna de Seguros de Benefícios do Sindseg PR/MS (CISB) com dados do DataSUS, mostra que, em 2021, cerca de 33,8 mil pessoas perderam a vida no trânsito no Brasil. Embora seja um número muito menor que há dez anos (42,3 mil óbitos), ainda são quase 93 mortes por dia nas ruas e estradas brasileiras.

Segundo dados do FDPVAT, fundo administrado pela Caixa Econômica, só no primeiro semestre de 2022, 108 mil pessoas aproximadamente acionaram o fundo pedindo indenização por invalidez (seja total ou parcial) em decorrência dos acidentes de trânsito. No mesmo período houve 36,4 mil acionamentos para despesas com Assistência Médica.

O presidente CISB Márcio Matias destaca que o reflexo do acidente vai muito além das pessoas diretamente envolvidas. “Pessoas responsáveis por manter suas famílias perdendo a vida ou a sua capacidade de trabalhar, algumas tornando-se dependentes de cuidados constantes, outras precisando assumir papeis e deveres cedo demais ou em dobro para o sustento e conforto de filhos. Mães e pais que sofrem pela ausência das pessoas que amam. São fatores emocionais que nunca podem ser substituídos, diminuídos ou minimizados”, disse.

Ele destacou que o seguro não consegue prevenir nem eliminar as consequências de um acidente, mas segue fundamental para suavizar os efeitos e promover tratamento digno aos envolvidos. “Apesar de não sermos capazes de reparar os efeitos físicos e emocionais destas perdas, os produtos de Seguro Saúde e Vida podem reduzir os choques financeiros desses momentos, permitir que impactos sociais sejam diminuídos e dar tranquilidade para que vidas continuem a seguir seus cursos mesmo com essas adversidades”, finalizou.