O seguro de Responsabilidade Civil D&O arrecadou no Brasil R$ 445,61 milhões de janeiro a maio deste ano, desempenho 2,37% maior do que no mesmo período do ano passado. Nos estados de abrangência do Sindseg PR/MS essa modalidade de seguro apresentou um desempenho bem melhor do que a média nacional, crescendo 31,6%, no Paraná, e 54,3%, no Mato Grosso do Sul.
Mesmo em franca expansão, é uma modalidade de seguro específica contratada geralmente por demanda dos próprios segurados, ainda pouco explorada pelos corretores. Na avaliação dos membros da Comissão de Seguros Especiais do Sindseg PR/MS existe um trabalho a ser feito pela área comercial das companhias junto aos corretores para estimular ainda mais a venda do RC de forma individualizada ou em combinação com outros produtos.
“Ainda tem muito comércio, muito risco sem cobertura por falta de oferta, porque as pessoas não conhecem o Seguro de Responsabilidade Civil. Nós como seguradores temos esse desafio de incentivar e capacitar os corretores para a comercialização desse produto”, disse o coordenador da Comissão de Seguros Especiais do Sindseg PR/MS André Giordani (Allianz).
Nesta mesma linha, também membro da Comissão, Marcelo Damo (Mapfre) disse que a maioria dos corretores não conhecerem a fundo o produto ou geralmente trabalham a venda dentro dos produtos existentes. “Ou seja, no empresarial, o RC operações, RC empregador, RC dano moral, mas não na carteira específica. Acho que precisa difundir mais. Inicia-se com o nosso trabalho, e até do comercial, nas negociações que temos”, afirmou Marcelo, citando um exemplo de oportunidade de mercado.
“Eu vejo várias apólices onde seria necessário, por exemplo, contratar um RC por erro de combustível. Eu vejo muitos postos de combustíveis contratando seguro sem essa cobertura. Eu fico imaginando, será que o corretor não sabia que existe essa cobertura, ou foi falha do comercial da companhia que não instigou a oferta, logicamente nem todas as seguradoras tem esse produto, ou seja, vale um dever de casa com nossa equipe de começar a fomentar mais a oferta, até porque é uma cobertura acessível”.
Consenso entre os membros da Comissão é que o RC é um seguro fundamental, com custo acessível, e que pode baratear ainda mais a medida que a base de segurada aumentar diluindo o custo do risco.
De acordo com Vânia Giacomelli (Chubb) a companhia em que atua tem longa tradição em trabalhar com o seguro de responsabilidade civil. “Em arrecadação ainda não se compara com outras carteiras, mas em número de contratação já é algo que faz parte da rotina. Até porque quando se tem riscos corporativos patrimoniais, normalmente já se tem um trabalho com RC nesse cliente”, afirmou.
“O que a gente tem tentado é colocar algo de diferencial no produto. Por exemplo, um cliente da seguradora que tem vários fornecedores. A ideia é que dentro da apólice dele já exista a cobertura desses terceiros. Hoje a gente já pensa em como fazer para que esse terceiro possa receber um certificado e o boleto para ele pagar, dentro da apólice do segurado. São alternativas que estamos buscando para poder ofertar e ficar mais fácil até o entendimento e a contratação”, disse Vânia, destacando que vê boas perspectivas de expansão desse mercado acompanhando crescimento do setor de obras e de energias renováveis.
Os membros da Comissão citaram algumas inciativas das companhias para facilitar a contratação, como linhas de aceitação com cotação simplificada para procurar mostrar ao corretor a facilidade da contratação.
Também membro da Comissão, Lorena Sales (Sancor) explicou que a companhia em que trabalha vai passar a operar com Seguro de Responsabilidade Civil em breve. “Hoje já trabalhamos com RC dentro dos outros produtos, mas é uma oportunidade que a Sancor identificou e estamos estruturando a área e já fizemos o pedido na Susep para a comercialização. No comercial haverá uma parte só de RC, passaremos a comercializar o RC empresarial, diretores, entre outros. A ideia é que até o fim do ano estejamos operando com esses produtos específicos”, completou.
A reunião da CISE aconteceu na última terça-feira (20) na sede do Sindicato em Curitiba. A pauta envolveu discussões também sobre desafios e oportunidades do Seguro Cyber e produtos digitais para riscos especiais.