O número de procedimentos odontológicos realizados na saúde suplementar em clínicas e consultórios cresceu 6,3% entre 2022 e 2023 – passou 184,5 milhões para 196,2 milhões. As informações são do novo estudo especial “Panorama da Odontologia Suplementar Brasileira: 2019-2023 – Análise do Mapa Assistencial da ANS”, produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

Pela primeira vez em cinco anos, os indicadores superaram o volume registrado em 2019, quando 185,6 milhões de procedimentos haviam sido contabilizados entre beneficiários de planos exclusivamente odontológicos. Isso porque em 2020, durante a pandemia de Covid-19, o número caiu para 154,3 milhões e, em 2021, totalizaram 172,7 milhões.

A análise, no entanto, revela um ponto de atenção em relação aos procedimentos preventivos, que registraram queda significativa (23,7%) entre 2019 e 2023 – de 82 milhões para 62,6 milhões, respectivamente.

Queda na prevenção

As ações tem peso considerável (32%) no total de intervenções realizadas no último ano, que incluíram, por exemplo, 35 milhões de aplicações tópicas de flúor, 8 milhões de atividades educativas individuais e 502 mil selantes aplicados em crianças menores de 12 anos.

“De um lado, nota-se que, o total de procedimentos realizados em 2023 por beneficiários de planos exclusivamente odontológicos superou a marca registrada em 2019, fato que é positivo. Porém, a queda observada em relação aos procedimentos preventivos, merece atenção, já que esse adiamento de ida ao dentista pode agravar problemas bucais como cáries e lesões, e impactar negativamente a saúde como um todo”, aponta o superintendente executivo do IESS, José Cechin.

Gastos

O estudo também descreve os valores com despesas realizados no período. Em 2023, as operadoras informaram à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que foram gastos R$ 3,7 bilhões com assistência à saúde odontológica.

O valor é 11,4% maior em relação ao ano de 2022. Dentre os procedimentos identificados, as ações preventivas também foram as que tiveram maior custo, totalizando R$ 572 milhões.

Já o número de adesões a planos exclusivamente odontológicos segue em alta no País. Entre 2019 e 2023 saltou de 24,7 milhões para 31,5 milhões de beneficiários, crescimento de 27,5% no período.