Sonho Seguro – 11/11/2024 18:03 – por Denise Bueno

O setor de seguros no Brasil obteve lucro líquido de R$ 22,1 bilhões de janeiro a setembro de 2024. O ganho andou de lado comparado ao mesmo período do ano anterior (R$ 22,2 bilhões) mesmo com o aumento 13,4% nas vendas, para R$ 324,5 bilhões, e reservas que beiram R$ 2 trilhões, que representam 26% da dívida pública brasileira, aplicadas em títulos de renda fixa. Uma remuneração que gera um ganho financeiro robusto, considerando-se como base a Selic atual em 11,25% ao ano, o que resulta em juros reais do país de 8,08%, o terceiro maior do mundo, superado apenas por Turquia e Rússia.

“Se não fossem dois eventos extraordinários que impactaram o ganho das companhias de seguros, 2024 seria um novo recorde, em cima do recorde de 2023”, comentou Dawson Henriques, sócio diretor da consultoria Siscorp. As indenizações pagas pela tragédia ocorrida no Sul do Brasil, em abril, com R$ 6 bilhões já contabilizados, e o acidente com o avião da Voepass em Vinhedo (SP), que matou 61 pessoas no dia 9 de agosto. A taxa de sinistralidade na linha de negócio Aeronáuticos do segmento de seguros Danos e Responsabilidades saiu de 12,6% para 341,7% no mês do desastre aéreo.

A liderança do ranking elaborado pela consultoria Siscorp com base de dados da Susep é da BB Seguros, com lucro de R$ 4,4 bilhões de janeiro a setembro deste ano, seguida pela Bradesco Seguros, com R$ 4,2 bilhões. Em terceira e quarto lugar outras duas seguradoras também ligadas a bancos: Caixa, com R$ 2,6 bilhões, e Itaú, com R$ 1,6 bilhão. Para completar o clube do bilhão, temos a Porto, com R$ 1,1 bilhão. Por pouco a Tokio Marine ficou fora, com ganho de R$ 999,6 milhões.

No ranking, que traz as 50 maiores companhias, apenas três apresentaram prejuízo: Mitsui Sumitomo (R$ 255 mil), Sombrero (R$ 8,6 milhões) e Alfa (R$ 18,5 milhões). No mesmo período do ano passado, todas registraram lucro.