* Gustavo Henrich
O Seguro Garantia pode ser dividido em dois produtos principais. O mais tradicional é o Performance Bond que seria a garantia de contratos – apólices em que garantimos os contratados perante os contratantes. A maioria dessas obras são públicas de forma que a apresentação de uma garantia é obrigatória. São garantias, por exemplo, de construção de estradas, de usinas hidrelétricas, prestação de serviços dos mais variados, adiantamento de pagamento, retenção de pagamento, dentre outros. Esse é o produto mais comum das seguradoras de Seguro Garantia.
Mas de alguns anos para cá um outro produto chamado Garantia Judicial tomou um corpo muito grande. Não temos números oficiais, mas estimamos que essa modalidade já represente cerca de 80% dos prêmios de Seguro Garantia no Brasil. O Garantia Judicial ganhou ainda mais impulso recentemente com a pandemia e consequente agravamento da crise econômica. Muitas empresas optaram pelo Seguro Garantia para resgatar valores depositados em juízo e fazer caixa para superar este momento que o país está passando. As empresas fazem a conta: o que vale mais a pena – deixar o dinheiro parado numa ação judicial rendendo pouco ou resgatar esse dinheiro, aplicar ele melhor e contratar uma apólice de Seguro Garantia?
Então é um ramo que está crescendo bastante, principalmente o judicial, mas também o de obras. Logicamente que este último depende muito do investimento público na infraestrutura do país. Mas de uma maneira geral o potencial de crescimento do Garantia é muito grande. Atualmente não chega a 1% das contratações de seguro no Brasil. Se comparado com outros países da América Latina como México (2%) e Colômbia (3%), ou mesmo em países em que os outros ramos não são tão fortes, o Seguro Garantia toma uma proporção ainda maior, como no Panamá, em que representa 8% das contratações de seguros.
Nosso produto está muito ligado aos investimentos em infraestrutura, ao PIB do país, então, falando da parte pública estamos mais otimistas a partir de 2020 esperando que deslanche tudo que estamos escutando sobre privatizações e novos investimentos. No segmento privado o garantia tem muito a crescer também. Quantas contratações de obras e serviços são realizados no Brasil, muitas vezes com o contratante adiantando o pagamento de parte dos recursos para o contratado, sem exigir deste último uma garantia de que o objeto da contratação será executado. Isto vale para contratação de obras mas também se aplicaria aos mais diversos compromissos entre partes privadas, como por exemplo a compra de um imóvel na planta, o pagamento adiantado de serviços para um casamento, de uma festa de formatura, da pintura de um imóvel, etc. Um dos grande objetivos do Sindseg PR/MS é justamente tentar promover essa cultura de contratação de nossos produtos mostrando os benefícios e oportunidades dos mesmos. Divulgar cada vez mais o produto porque acreditamos muito nele e realmente achamos que vai ajudar a mover o Brasil para frente.
Graduado em Engenharia Civil e Administração de Empresas, Gustavo Henrich é vice-presidente do Sindseg PR/MS e também da Junto Seguros, diretor da Fenseg e presidente do comitê de fianzas da Associação Panamericana de Fianza.
* Gustavo Henrich é vice-presidente do Sindseg PR/MS