Ipem de São Paulo fiscalizou 5.820 bombas em 2020; 1009 foram reprovadas.
Da Redação
De 5 mil bombas fiscalizadas, cerca de 1000 reprovaram.
Você pode não saber, mas se o seu veículo tiver problemas no motor, o seguro não cobre. E muitos deles ocorrem devido a combustível adulterado. Infelizmente, é muito grande o número de postos que despejam combustível de qualidade duvidosa nos tanques dos veículos por aí.
O Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) de São Paulo, por exemplo, fiscalizou de janeiro a novembro de 2020, cerca de 5.820 bombas, das quais 1.009 foram reprovadas. Esse não é um problema exclusivo de São Paulo, mas está em todo o Brasil e prejudica milhares de veículos diariamente.
A corretora de seguros Hellen Reis, do município de São Mateus, no Espírito Santo, de cerca de 132 mil habitantes e distante 215 quilômetros de Vitória, conhece bem esse problema. Antes de abrir sua corretora, em março do ano passado, ela trabalhava em uma oficina, onde atuou por 12 anos como técnica mecânica. “Esse problema é muito comum”, diz, ao recordar de uma cliente que foi ligar o carro de manhã e ele não pegou. “O tanque tinha muita água”, conta.
Ela, que tem verdadeira paixão por carros, orienta que o motorista deve, ao perceber problemas para ligar o veículo, desconfiar do combustível estar adulterado. Se estiver trafegando, o carro pode apresentar problemas, logo após o abastecimento, e ratear e perder força. “O ideal é levar o veículo imediatamente a uma oficina ou mecânico de confiança, pois o prolongamento dessa situação pode provocar prejuízos maiores”, afirma.
Hellen conta que, por sua experiência na oficina, muitos segurados ainda a procuram para que dê orientação quando o veículo está com algum problema mecânico. “Muitos ainda não desapegaram”, brinca ela, que também é formada em Administração.
Seguro não paga, mas dá a assistência necessária
Hellen destaca que o seguro normalmente não cobre problemas com prejuízos que o combustível adulterado provoca no motor, mas mesmo assim é importante ter seguro, pelas outras coberturas tradicionais.
Além disso, em caso de alguma pane, o seguro dá todas as assistências necessárias, como guincho para levar o veículo até uma oficina e táxi para o transporte do motorista e passageiros.
A corretora acrescenta que uma situação como essa pode ser resolvida de 1 a 2 dias na oficina, mas se o problema for agravado o segurado pode contar com um carro reserva, se contratou essa cobertura na apólice do seguro. Nem todas as seguradoras ofertam essa assistência. Por isso, orienta que o melhor é o segurado perguntar a seu corretor na hora da contratação.
As seguradoras não pagam prejuízos com o motor porque consideram que o problema normalmente é causado “por mau uso” ou por algum outro fator externo, como o uso de combustível adulterado, mesmo, claro, que involuntariamente.
Segundo Hellen, a adulteração pode ocorrer nas próprias refinarias, numa escala menor, mas a maioria dos casos ocorre no trajeto até os postos. E também nos próprios postos. Ela ressalta que muitos proprietários, no entanto, podem nem saber que estão recebendo caminhões com combustível adulterado, pois são raros os que fazem testes quando os tanques chegam.
Veja como evitar combustível adulterado
É muito difícil saber se o combustível que está colocando no tanque do seu carro é bom ou não. Mas há algumas dicas importantes, segundo o site da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
• Desconfie de preços baixos: A gasolina com preço muito barato costuma ser adulterada;
• Confira a origem da gasolina: O posto tem que informar de onde vêm seus produtos. Os postos sem distribuidora exclusiva (bandeira branca) devem informar, em cada bomba abastecedora, qual foi a distribuidora que forneceu o combustível.
• Verifique se tem o selo do Inmetro: Se desconfiar de diferença entre a quantidade de combustível que você pagou e a que realmente foi colocada no seu tanque, peça ao posto para testar a bomba na sua frente.
• Peça o teste da proveta. Se suspeitar da qualidade de uma gasolina, pode e deve pedir no posto que realizem na hora o “teste da proveta”, que mede a porcentagem de etanol misturado à gasolina.