Revista Apólice – Ultima atualização – 2 de maio de 2023
A ciência de dados tem revolucionado a gestão e estratégia operacional de empresas de todos os portes e segmentos. Com o avanço contínuo das tecnologias de Big Data e Analytics, existe atualmente uma ampla variedade de softwares disponíveis no mercado. Quando utilizados de forma eficaz por uma equipe qualificada, estes são capazes de coletar e organizar dados, além de gerar análises relevantes que contribuem para a tomada de decisões assertivas e eficientes.
No mercado de seguros não é diferente. A ciência de dados se torna essencial para mensurar e aprimorar o desempenho operacional, através do acompanhamento de indicadores como: incidência de sinistros, inadimplência, análise de oportunidades e perdas de negócios, renovação de apólices e churn por cliente e produto, entre outros.
Para facilitar o entendimento do usuário, pode-se aliar técnicas básicas de análises de dados e avançadas de machine learning ao storytelling, por meio de análise gráfica em painéis interativos. Estes podem apresentar resultados como: modelos de desempenho comercial e de metas, segmentação dos clientes, market share e recomendações de produtos. Tudo atualizado em tempo real e com acesso restrito às áreas específicas, respeitando a segurança e as disposições da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
Por meio dessas análises específicas, é possível ajustar a estratégia de comercialização, corrigir falhas operacionais, realizar automação de tarefas e estreitar relacionamento com seguradoras que ofereçam maior rentabilidade. Ou seja, os dados contribuem para embasar tomadas de decisões que impactam diretamente no desempenho financeiro do negócio.
No entanto, é importante ressaltar que a criação de uma cultura Data Driven vai muito além da qualidade das soluções desenvolvidas. O ponto de partida é implementar uma cultura empresarial que contemple todos os funcionários, trabalhando com a mesma mentalidade. Para que isso aconteça, é fundamental a realização de treinamentos e capacitações da equipe. Sem o engajamento do time, os dados deixam de ter relevância e perdem valor. Esta é uma excelente forma de utilizar a inteligência a favor do negócio.
Além disso, é essencial compreender que informações inseridas corretamente geram análises eficientes e confiáveis. No setor de seguros, isso é especialmente relevante, já que a qualidade dos dados afeta diretamente a avaliação de riscos, a precificação das apólices e a detecção de fraudes. Neste cenário, a padronização da disponibilidade de informações por parte das seguradoras beneficia tanto as próprias quanto as corretoras.
Pesquisas indicam que o segmento voltado para soluções de big data e analytics vem crescendo de forma exponencial em todo o planeta. E no Brasil não é diferente. O estudo “Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências 2022”, elaborado pela Abes (Associação Brasileira das Empresas de Software), em parceria com a consultoria IDC, estimou que seriam destinados cerca de US$ 2,9 bilhões para soluções e serviços de Big Data e Analytics em 2022.
A prévia de 2023 do mesmo estudo apontou, ainda, que o Brasil ficou em 12º lugar no ranking mundial dos países que investem em tecnologia, liderando na América Latina, representando 1,65% dos US$ 3,11 trilhões investidos globalmente em software, equipamentos e serviços em 2022.
Em um mundo cada vez mais disruptivo e conectado, a revolução digital veio para ficar e o uso de dados não é mais opcional. As empresas que souberem utilizar a tecnologia de forma estratégica serão as protagonistas da evolução do mercado de seguros.
* Por Janaina Carvalho, gerente de Analytics da Wiz Corporate