Notícias | 15 de agosto de 2022 | Fonte: R7
Coberturas incluem quebra de tela, assaltos e furtos; cliente pode receber reembolso integral, conserto ou aparelho recondicionado
Um celular é tirado de seu dono a cada 12 minutos no estado do Rio de Janeiro, segundo o ISP (Instituto de Segurança Pública), que registrou 13.796 furtos de aparelhos no primeiro semestre, um aumento de 135,3% em relação a 2021. No estado de São Paulo, o próprio governo informa que um smartphone é roubado a cada três minutos e, há pouco mais de dez dias, a Polícia Civil divulgou que, só de janeiro a maio, o número de roubos de aparelhos cresceu 815%.
Com a explosão dos roubos e furtos de celulares, para não ficar no prejuízo, muita gente já está recorrendo ao seguro para smartphone, o novo queridinho das seguradoras, que, só neste ano, tiveram aumento de até 80% nas vendas desse produto em todo o país.
Tanto empresas tradicionais quanto as modernas seguradoras digitais 100% online apostam no potencial desse segmento. Uma pesquisa simples no site de buscas mais popular da internet mostra que há, pelo menos, oito companhias que comercializam esse tipo de seguro no Brasil.
A Porto, com 77 anos de atuação no mercado, reformulou o seguro para celular que já oferecia e o relançou no início do ano. “O Brasil tem mais de 240 milhões de aparelhos, é mais de um celular por pessoa. Cada vez mais coisas importantes estão nos smartphones, e ainda pouca gente tem seguro. Por isso, temos uma ambição grande, queremos oferecer uma boa experiência para atrair até 1 milhão de clientes nos próximos três a cinco anos”, diz Jarbas Medeiros, diretor executivo de ramos elementares da Porto.
A seguradora digital Pier vende seguros para iPhones desde janeiro de 2018 e, em 2019, expandiu a proteção para outras marcas de smartphone. Startup do ramo de seguros, a Pier é um tipo de empresa também conhecida como insurtech e foi fundada em 2018, em São Paulo. Nos primeiros seis meses deste ano, ela registrou aumento expressivo da procura por seguros para celular.
“Fechamos o primeiro semestre de 2022 com um crescimento de 49% da nossa base de clientes do Seguro Celular, em relação ao fim do ano passado, superando 85 mil aparelhos protegidos. Isso significa que as pessoas estão preocupadas em manter seus smartphones protegidos e cada vez mais interessadas em ter menos um problema para pensar”, afirma Flávia Molina, diretora de marketing da Pier.
A empresa oferece proteção para modelos das marcas mais comuns no Brasil, como Apple, Samsung, Xiaomi e Motorola, entre outras, novos ou usados, mesmo que não tenham mais a nota fiscal. “Por isso, temos seguro também para os celulares adquiridos fora do país”, diz Flávia.
A Porto também aceita qualquer tipo de aparelho, dos mais simples aos mais completos e sofisticados, novos e usados, desde que tenham até dois anos de uso. Também não é exigida a apresentação da nota fiscal, porque a empresa realiza uma “vistoria” virtual.
Como funciona?
O Seguro Celular Porto tem quatro opções de contrato, com diferentes coberturas. Os preços variam conforme a modalidade escolhida e o modelo do aparelho. O consumidor pode optar por um seguro que cubra apenas roubo, somente quebra acidental ou roubo e quebra acidental. O quarto e último tipo de cobertura inclui furto simples, além de roubo e quebra acidental. As coberturas da maioria das seguradoras são bem parecidas a essas.
O roubo acontece quando um bem é subtraído em um assalto, quando há confronto entre o ladrão e a vítima. No furto simples, a pessoa não vê quando o ladrão pega o bem, só percebe posteriormente que já não está mais com ele.
“Hoje temos esses quatro planos, bem básicos, que atendem públicos com perfis diferentes. Eu, que tenho uma criança pequena em casa, que toda hora derruba meu celular, contratei o seguro contra quebra acidental do aparelho. É o que me preocupa mais, porque eu não saio mais para baladas, já estou casado, fico mais em casa, rodo menos [de carro]. O risco de roubo é menor, portanto, não preciso de uma cobertura contra roubo ou furto”, explica Medeiros.
Para o diretor da Porto, essa não seria a melhor opção para motoristas de táxi e de aplicativos de transporte: “Eles estão na rua o tempo todo, circulam por todos os lugares, talvez precisem mais da cobertura contra roubo do que a contra quebra acidental”.
Medeiros diz que também é possível incluir no contrato mais de um aparelho, da própria pessoa ou de outra pessoa da família. O seguro não tem carência e pode ser usado 24 horas depois da contratação. Há a opção de pagar a anuidade em até 12 parcelas mensais, debitadas diretamente no cartão de crédito, e a contratação é feita pelo site da seguradora ou diretamente com um corretor. Se o segurado tiver alguma ocorrência e precisar acionar o seguro, deverá pagar uma franquia correspondente a 25% do valor do aparelho.
Nos casos de roubo ou furto, a reposição é feita por meio de reembolso ou envio de aparelho igual ou equivalente, observado o valor de mercado. Antes de adquirir o seguro, é possível fazer cotações no site ou no aplicativo da Porto. Para se ter uma ideia, em uma simulação de um seguro de quebra acidental para um iPhone 12 de 128 GB de memória, que custa cerca de R$ 5.300, a proteção sairia por 12 parcelas de R$ 29.
O preço do plano completo para o mesmo aparelho é 12 vezes de R$ 59. Para um smartphone Samsung Galaxy S20, cujo valor de mercado é R$ 4.450, os mesmos planos ficariam em 12 pagamentos de R$ 32 e 12 de R$ 60.
“Nosso público hoje é jovem, metade ainda é solteira, a maioria é de mulheres, e 98% são pessoas físicas. Esse é o primeiro contato desses clientes com um seguro, ele é a porta de entrada na companhia. O público do seguro de carro, por exemplo, já é um pouco mais velho, está na casa dos 30 anos”, conta o diretor da Porto.
Atenção aos detalhes
Os tipos de cobertura oferecidos podem até ser parecidos, mas as diferenças entre os seguros de cada empresa estão nos detalhes. Zona de cobertura, pagamento de franquia, prazo de carência, exigência de apresentação de BO (boletim de ocorrência), em caso de roubo ou furto, ou de nota fiscal, tempo de reposição do aparelho ou de liberação do conserto, em caso de sinistro, e a tabela de preços dos aparelhos para os valores a serem reembolsados são temas importantes e que devem contar na hora da decisão.
O Seguro Celular da Pier oferece cobertura contra roubo, furto qualificado e furto simples. “Em fase piloto, está com proteção opcional contra danos à tela de iPhone, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro”, diz Flávia Molina. Ela conta que a empresa pretende expandir essa cobertura para outras regiões e aparelhos até o fim do ano.
Quanto aos planos, a seguradora tem duas opções: o plano Premium, que reembolsa 100% do valor do aparelho seminovo, e o Econômico, cujo montante devolvido é de 80%. “Vale ressaltar que o seguro da Pier, por ter renovação mensal, não implica carência nem cobrança de franquia. O valor da mensalidade varia de acordo com o modelo e a memória do smartphone, independentemente do tempo de uso ou do perfil do proprietário. E, para calcular o valor a ser reembolsado em caso de sinistro, usamos como base a tabela Pipe, similar à tabela Fipe dos automóveis, desenvolvida internamente na Pier”, explica a diretora de marketing da empresa.
A abrangência da cobertura é nacional e, segundo Flávia, a Pier pretende ampliar em breve a proteção para viagens ao exterior. Em caso de roubo ou furto, o segurado deve bloquear o Imei do aparelho (International Mobile Equipment Identity, um número de identificação, único), fazer boletim de ocorrência e acionar o seguro diretamente pelo site ou aplicativo da Pier.
“O reembolso é feito por transferência bancária, o que permite que o membro tenha liberdade para escolher comprar um aparelho similar ao que foi furtado ou dar entrada em outro, mais moderno. Em 20% dos casos, o pagamento é feito em menos de um segundo, através do Pier Bolt, nossa inteligência artificial proprietária. Os demais casos seguem pelo fluxo tradicional, que também é bem rápido e pago em poucos dias ou até mesmo em horas”, diz a diretora da Pier.
Para Flávia, o mercado de seguros no Brasil é repleto de possibilidades a serem exploradas. “Ele está passando por uma importante transformação tecnológica. O surgimento de outras seguradoras e o próprio movimento das incumbentes rumo à modernização dos seus processos são reflexo disso. Em poucos anos, teremos produtos mais personalizados e individualizados à disposição da população. As pessoas terão mais opções de escolha, com mais convicção da importância de terem seus bens protegidos e, sem dúvida, mais clareza do que estão contratando.”
Quanto aos preços, simulação feita no site da seguradora mostra que o Seguro Celular Pier Premium, para um iPhone 12 de 128 GB de memória, com reembolso de 100% do valor de um aparelho seminovo, avaliado em R$ 4.670,00, custa R$ 87,40 por mês.
A cobertura da Pier protege contra roubo, furto qualificado e furto simples. A empresa informa que, a partir do dia 18, haverá reajuste no valor dos reembolsos e mensalidades. O preço do mesmo plano para um smartphone Samsung Galaxy S20, com memória de 128 GB, avaliado em R$ 3.650, é R$ 81,50 ao mês.
Outras opções
Além da Porto e da Pier, outras companhias comercializam seguros para smartphone. Veja algumas opções a seguir:
• Coover – A empresa também é uma insurtech, startup do setor de seguros, que surgiu em 2016. A contratação é 100% digital, feita diretamente por meio do aplicativo ou site, e a proteção começa a valer logo após a adesão, sem carência. Podem ter o seguro aparelhos novos, seminovos e usados, independentemente do tempo de uso, e sem necessidade de apresentação da nota fiscal da compra do smartphone.
São oferecidos três planos de cobertura: o primeiro, com proteção contra roubo e furto qualificado; o segundo, contra danos acidentais, que inclui acidentes com líquidos, danos elétricos e quebra de tela; e o último, com proteção completa, que cobre roubos, furtos qualificados e danos acidentais.
Na simulação dos valores da cobertura e das parcelas, feita no site da seguradora, no caso de um iPhone 12 de 128 GB, avaliado em R$ 4.670, um seguro com proteção contra roubo e furto qualificado, com 12 meses de vigência, custa R$ 81,72 por mês. Em caso de ocorrência, é necessário pagar uma franquia de 20% do valor indenizado.
Se o seguro for para um Samsung Galaxy S20, com memória de 128 GB, aparelho avaliado em R$ 2.349, a parcela contra roubo e furto qualificado, com igual duração, custa R$ 54,03 por mês.
• Zurich – A multinacional suíça não limita sua cobertura aos smartphones, tem os Seguros para Equipamentos, Eletrônicos e Portáteis, que podem proteger móveis, equipamentos eletrônicos, eletroportáteis, eletrodomésticos, tablets e celulares, notebooks, artigos de hobby e lazer e itens voltados aos cuidados pessoais.
São oferecidas três opções de cobertura: Garantia estendida, que aumenta o período de garantia original de fábrica de um produto ou equipamento; Reparação de danos acidentais, que cobre o conserto de equipamentos danificados e quebrados em decorrência de acidente e, se ele não puder ser reparado, poderá ser substituído.
A terceira opção é a Proteção contra roubo e furto qualificado, que, além de ser contratada para smartphones, pode cobrir tablets, câmeras, notebooks e outros itens carregados na bolsa ou mochila. Se o bem segurado for subtraído, ele será substituído por outro, de modelo igual ou similar, e, se a reposição não for possível, será feito pagamento em dinheiro, limitado ao valor da cobertura contratada.
• Kakau – É uma plataforma digital de seguros, do grupo das insurtechs, que usa inteligência artificial para garantir agilidade e transparência na contratação e nos atendimentos a ocorrências. O Seguro Celular Kakau Protege não tem carência nem multa e oferece três tipos de cobertura: uma para quebra acidental, outra para roubo e furto qualificado, e outra para roubo e quebra acidental.
O preço mensal do seguro contra quebra acidental para um iPhone 12 de 128 GB é R$ 89,80, segundo simulação realizada no site da empresa. O valor da indenização não é informado. Não estão cobertos o furto simples (aquele que não deixa nenhuma evidência ou vestígio), a perda do aparelho nem os danos decorrentes de queda em piscina ou mar.
• Nubank – O seguro pode ser contratado por clientes do banco digital, que não se tornou uma seguradora. Ele apenas atua como “estipulante”, representante dos clientes junto à seguradora Chubb. O Nubank Celular Seguro aceita celulares comprados no exterior e cobre eventos acontecidos em qualquer lugar do mundo. Oferece três planos de cobertura: (1) contra furto simples, furto qualificado e roubo; (2) contra danos acidentais; e (3) completa, que inclui as duas anteriores. Só é possível contratar um seguro de celular por CPF.
Os preços variam de acordo com o modelo do aparelho e a cobertura escolhida pelo cliente. Há cobrança de franquia (ou coparticipação), cujo valor também depende do modelo do celular e da cobertura. Além disso, o seguro tem 30 dias de carência, contados a partir da contratação, período em que não há cobertura para o aparelho segurado.
No caso de alguma ocorrência, o segurado recebe um aparelho recondicionado igual ou similar ao que tinha e, se não houver um aparelho igual disponível, pode ser escolhido outro, em uma lista de modelos similares. Recondicionado é o aparelho que foi usado em amostras comerciais, devolvido nos primeiros dias de compra ou que passou por algum reparo e foi aprovado pelo controle de qualidade.
A liberação do Nubank Celular Seguro está sendo feita gradualmente para os clientes do banco. Quem quiser acelerar o processo para ter prioridade no acesso ao produto poderá colocar o nome na lista de interesse.
• Itaú – Assim como o Nubank, o seguro oferecido pelo Itaú tem a Chubb como seguradora responsável. Para contratar as coberturas contra roubo, furto qualificado e queda acidental, é preciso ser cliente do cartão Itaucard e ter mais de 18 anos.
O seguro começa a valer 24 horas depois da contratação e dura 12 meses, com possibilidade de renovação, situação em que o valor do prêmio não sofre alteração. Se o segurado trocar de aparelho, será preciso cancelar o contrato vigente e fazer um novo.
O banco também oferece serviço de assistência 24 horas, para auxiliar o cliente com dúvidas sobre o celular, e um reembolso de até R$ 500, para ser usado na obtenção de segunda via de documentos, nos casos de perda ou roubo.
Como nas outras empresas, o prêmio, ou seja, o custo do seguro, depende do modelo do smartphone e da cobertura contratada, mas o Itaú informa que há planos a partir de R$ 10,90 por mês. O limite de uso é a proteção a um evento de roubo ou furto qualificado a cada 12 meses, e dois eventos de quebra acidental, tanto total quanto parcial, no mesmo período.
Segundo consta no site do Celular Seguro Chubb | Itaú, a definição de quebra acidental é: inutilização do celular por quebra, em razão de acidente devidamente comprovado. Ela pode ser total ou parcial, sendo que a primeira é caracterizada quando os prejuízos, resultantes de uma mesma ocorrência, forem menores que 75% do valor de reposição do telefone celular. Já a quebra acidental total ocorre quando os prejuízos, resultantes de um mesmo sinistro, atingirem ou ultrapassarem 75% do valor de reposição do aparelho.
• Vivo – A operadora de telefonia também tem planos de proteção para aparelhos, o Vivo Seguro Celular, parceria com a Zurich que teve início em 2012. As coberturas, que podem ser contratadas também para tablets e smartwatch, são: (1) completa – contra roubo, furto simples e qualificado, e danos acidentais; (2) danos acidentais – conserto em casos de quebra ou de acidentes, como queda na água; e (3) roubo e furto.
Feita no site da Vivo, a simulação do seguro para um iPhone 12 de 128 GB, em que o aparelho é avaliado em R$ 4.688,10, resulta em um custo de R$ 44,07 por mês. No caso de um Samsung S20 de 128 GB, o preço fica em R$ 34,20 por mês, e o valor do aparelho é avaliado em R$ 3.637,78.