Folha de São Paulo – 18/08/2017Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, a ANS irá monitorar a obesidade dos pacientes dos planos de saúde.
A Folha teve acesso a parte das propostas, atualmente em discussão com médicos, nutricionistas e educadores físicos, e previstas para serem implementadas ainda neste semestre.Atualmente, 47,6 milhões de brasileiros possuem planos de saúde.Dados da pesquisa Vigitel da Saúde Suplementar, feita pela agência com o Ministério da Saúde, apontam que cerca de um em cada cinco adultos desse grupo está obeso, um índice que cresceu 36% nos últimos sete anos.O avanço da obesidade foi tema da série Brasil acima do peso, publicada pela Folha.Agora, a ANS planeja criar um fluxograma para identificar pacientes com excesso de peso e indicar aos profissionais quais as medidas a serem tomadas.”Sabemos que esses pacientes estão aí, mas quase ninguém faz diagnóstico, e quase nunca são tratados. Esses pacientes vão ser negligenciados até quando?”, diz Maria Edna de Melo, da Abeso (Associação Brasileira de Estudos da Obesidade), entidade que participa da discussão.Uma das propostas é que o cálculo do IMC (índice de massa corporal, um dos indicadores de sobrepeso e obesidade) seja realizado em todos atendimentos da rede. “No sistema de saúde, isso deveria ser regra. Mas não é”, diz Melo.Com base nesses dados, o médico pode solicitar novos exames para verificar doenças relacionadas, como hipertensão e diabetes.A ideia é também que a operadora possa enviar recomendações ao usuário com base no diagnóstico.Pacientes com IMC entre 25 kg/m² e 30 kg/m², por exemplo, deveriam receber orientações para reforço de hábitos saudáveis -como redução, com apoio de nutricionistas, do consumo de alimentos com alto teor de sal, açúcar e gorduras e aumento da atividade física para 150 minutos por semana.”Não precisamos esperar chegar à obesidade. O paciente com sobrepeso já tem que ser bem orientado e direcionado a tratamento”, diz a diretora de normas e habilitação de produtos da ANS, Karla Coelho.Já para aqueles com IMC acima de 30 kg/m², a previsão é que, além de apoio para adoção de hábitos saudáveis, haja direcionamento a endocrinologistas, que podem avaliar a possibilidade de uso de medicamentos.Hoje, esses remédios não fazem parte do rol mínimo obrigatório para oferta pelos planos -e não há previsão de mudança nesse cenário.Segundo a ANS, no entanto, “várias operadoras já oferecem medicamentos dentro de programas específicos, como forma de estimular a adesão do usuário.Fonte:
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2017/08/1910858-ans-vai-ter-regras-para-que-planos-de-saude-monitorem-obesidade.shtml